segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Morre Oscar Peterson

"O pianista canadense Oscar Peterson, uma das grandes lendas do instrumento no jazz, morreu neste domingo (23) de insuficiência renal. Ele tinha 82 anos."

O pianista canadense Oscar Peterson, uma das grandes lendas do instrumento no jazz, morreu neste domingo (23) de insuficiência renal. Ele tinha 82 anos.

Conhecido pelas levadas nas duas mãos, pela técnica primorosa e pelos solos velozes, Peterson foi um dos músicos mais gravados do gênero, tanto como líder de banda como instrumentista acompanhante. Ele é considerado um nome de grande influência sobre gerações subseqüentes de músicos - a também canadense Diana Krall é uma delas. Oscar Peterson nasceu em Montréal no dia 15 de agosto de 1925 e começou a estudar piano clássico aos seis anos. Ao completar 14, ganhou um concurso amador e passou a trabalhar regularmente numa rádio local. Em 1949 foi convidado por Norman Granz a integrar seu grupo "Jazz at the Philharmonic", que excursionava pelos Estados Unidos com celebridades como Roy Eldridge, Zoot Sims e Ray Brown. Desde que fez uma aclamada aparição no Carnegie Hall de Nova York no mesmo ano, Peterson recebeu um grande número de prêmios e títulos, como um Grammy pelo conjunto da obra no ano de 1997 - foram oito estatuetas no total.

O Canadá concedeu a ele a mais alta honra para civis e também o tornou a primeira pessoa a ser estampada nos selos de país ainda em vida.

Em entrevista à agência Reuters em 2000, Peterson afirmava que os jovens jazzistas tinham dificuldades distintas do racismo que enfrentou décadas atrás.

"A luta deles é outra. Eles precisam superar um obstáculo diferente: a invasão da música pop. E muitos deles são mais inseguros. As dificuldades são maiores hoje, mas penso que o jazz voltará a conquistar terreno.

Conhecido no Brasil.

Peterson era muito conhecido no Brasil, onde esteve no final dos anos 80, com o trio então formado por David Young no baixo e Martin Drew na bateria. Também esteve em novembro de 1998 no país, com shows no Teatro Municipal de São Paulo e uma apresentação gratuita no parque Ibirapuera.

O pianista era considerado um improvisador de muito swing e forte personalidade, sendo sua música conhecida pela força e vitalidade, sendo premiado várias vezes pela revista "Downbeat", durante os anos 50.

Formou o primeiro trio com a guitarra de Herb Ellis e o baixo de Louis Hayes; o segundo, mais famoso, tinha Ray Brown no baixo e Ed Thigpen na bateria, tendo durado de 1959 a 1965; o terceiro era formado por Sam Jones no baixo e Bob Durham na bateria e durou até 1967.

A partir dos anos 80, Peterson passou a realizar trabalhos mais intimistas, principalmente através de solos e duetos, como o gravado com o guitarrista Joe Pass, em Paris, na sala "Le Pleyell".

Segundo o crítico James Collier, Oscar Peterson pode ser definido como um eclético. Quando executa suas baladas, se assemelha a Art Tatum, quando toca bebop, lembra Bud Powell - sem contar as influências que teve de músicos como Errol Garner e Teddy Wilson.

FONTE: Globo.com

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Estável, Naná Vasconcelos permanece na UTI

Dom, 09 Dez, 05h38

O percussionista Naná Vasconcelos permanece internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Unimed, em Recife (PE), mas, de acordo com o último boletim médico, divulgado hoje, o seu estado de saúde é estável. Segundo o boletim, o músico está consciente, respira sem a ajuda de aparelhos e apresenta pressão normal. No boletim, contudo, não há previsão de saída da UTI.

Naná Vasconcelos começou a passar mal na noite da última quarta-feira, com fortes dores no peito. Na madrugada de quinta, ele foi encaminhado para um primeiro atendimento no Hospital São Salvador em Olinda e, depois, transferido para o Hospital da Unimed na sexta.

O músico sofreu um pneumotórax - o acúmulo de ar na membrana do pulmão decorrente do hábito de fumar há mais de 40 anos - e, ainda na quinta-feira, foi submetido a uma drenagem de tórax - procedimento cirúrgico de pequeno porte.

Fonte: Yahoo Notícias

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sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Igreja ‘John Coltrane’ funciona há 25 anos em São Francisco

Saxofonista é o santo padroeiro da St. John Will-I-Am Coltrane African. Culto de domingo à tarde se divide em jam session e encontro espiritual.


Ao lado do altar da igreja na rua Fillmore, em São Francisco, há um órgão, dois contrabaixos, uma bateria e três microfones. O hinário, ou livro de músicas, encontra-se aberto em uma peça de título "Blues for Bechet". Pendurado na parede lateral, um ícone do santo padroeiro da congregação, com um halo dourado em volta da cabeça e segurando um sax tenor com um brilho emanando da campana.

Sendo esta a casa do jazz e de Deus, o culto do domingo de manhã começa, na verdade, no domingo à tarde, o equivalente a madrugar para qualquer músico que fez três shows no sábado à noite. Clérigos, diáconos e coroinhas aparecem, liderados por um homem alto e magro com um sax tenor bamboleando pendurado por uma tira presa em volta da gola padre. Ele é o arcebispo Franzo Wayne King, fundador e pastor desta comunidade de fiéis, a igreja ortodoxa St. John Will-I-Am Coltrane African.

Durante as três horas seguintes, o culto se divide em jam session e encontro espiritual. A liturgia cristã tradicional, incluindo o Pai Nosso e as leituras de um evangelho e uma epístola, discorre em meio a uma série de performances intensas, quase mágicas, de composições de Coltrane. "Você é aquilo que você escuta", diz King em seu sermão. "Quando você escuta John Coltrane, você se torna um discípulo do sagrado."

A igreja de Coltrane não é um engodo publicitário nem uma mistura forçada de música de nightclub e fé etérea. Sua mensagem de libertação por meio do som divino é, na verdade, bastante coerente com a experiência e a mensagem do próprio Coltrane.

Durante uma vida criativa ao extremo e finda precocemente aos 41 anos, Coltrane produziu um conjunto de performances e composições que se mantiveram como profunda influência entre músicos e ouvintes de jazz, assim como dos entusiastas do rock experimental. Hoje, 40 anos após sua morte, ele permanece como presença consolidada no cânone da música norte-americana.

Coltrane também incorporou uma figura religiosa. Viciado em heroína na década de 50, cortou o vício de uma vez e completamente, e mais tarde explicou que havia escutado a voz de Deus durante sua angustiante fase inicial de abstenção. Em 1964, gravou o álbum "A love supreme", com canções originais de louvor em estilo free-jazz.

Estudando as religiões orientais, além do cristianismo, passou a lançar músicas religiosas mais de vanguarda em "Ascension", "Om" e "Meditations". Em 1966, um repórter no Japão perguntou a Coltrane o que ele esperava ser dali a cinco anos, ao que o músico respondeu: "Um santo."

'Jesus Cristo negro'
Assim sendo, Franzo Wayne King foi a pessoa que levou Coltrane ao pé da letra. Isso aconteceu a partir do momento em que conheceu a gravação de "My favorite things" e começou a se aprofundar e apreciar o trabalho mais antigo de Coltrane na banda de Miles Davis.

Pouco depois da morte de Coltrane, King criou uma pequena congregação chamada Yardbird Temple, em alusão ao apelido de outra fera do jazz, Charlie Parker, o Bird. Naquela altura, os fiéis cultuavam Coltrane como a encarnação terrena de Deus, ao mesmo tempo considerando Parker como um equivalente a João Batista.

Essa teologia, é claro, posicionou King e seu rebanho fora dos limites do cristianismo. Ele retornou a essa esfera no início dos anos 80, quando conheceu o arcebispo da Igreja Ortodoxa Africana, cujos adeptos cultuam um Jesus Cristo negro. King fez a concessão necessária para se tornar um membro. "Rebaixamos Coltrane do posto de Deus", diz. "Mas o acordo foi que ele poderia ficar na qualidade de santo e ser o padroeiro de nossa igreja."

É assim que a igreja St. John Will-I-Am Coltrane funciona há vinte e cinco anos. A esposa e os filhos de King participam dos cultos como "ministros musicais" e já tocaram em diversos festivais europeus de jazz. E os freqüentadores da igreja, ao longo dos anos, passaram a incluir no repertório a viúva de Coltrane, Alice Coltrane, e o guitarrista de rock que também bebeu nas fontes do jazz Carlos Santana.

Fonte:G1

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Show de Diana Krall em SP.


"Debaixo de sol forte, Diana Krall emana jazz em São Paulo"

A céu aberto e sob o sol inclemente do meio-dia, Diana Krall fez ontem (02) no Parque Villa-Lobos, em São Paulo, seu último show no Brasil. Usando óculos escuros e munida da simpatia usual, a cantora e pianista canadense presenteou o público que suportava um calor incrível com um belo repertório de standards do jazz e, a exemplo do que fez no Rio de Janeiro, bossa nova.

A abertura com “I Love Being Here With You” já conquistou a platéia ao fazer um trocadilho com a cidade (“Adoro estar aqui em São Paulo”) e mostrou a carta de intenções de Diana – se alguém menos informado estava ali para ouvir a cantora que emplaca músicas de sucesso na trilha de novelas, encontrou só uma excelente pianista que opta por uma aproximação absolutamente jazzística de suas canções.

Ao contrário das gravações em estúdio, solos e improvisos dotados de alta técnica dão o tom da apresentação, graças ao excelente trio que acompanha Krall. A cama sonora promovida por Anthony Wilson (guitarra), John Clayton (baixo) e Jeff Hamilton (bateria) fez com que aqueles dotados de alta capacidade abstração pudessem se transportar da capital paulista para um clube nova-iorquino à meia-luz. Tarefa difícil, ainda mais pelos contras de um grande evento ao ar livre (poucas caixas de som, público disperso, palco em local desfavorável).

“Let’s Fall in Love”, “Deed I Do” (famosa na voz de Nat King Cole) e a imotal “I’ve Got You Under My Skin”, puxada por um impressionante coro da platéia, se seguiram, sempre impressionantes. O talento vocal de Diana, por sua vez, pôde ser conferido sem empecilhos, com ela sozinha ao piano, em “A Case of You” (Joni Mitchell), numa versão de arrepiar. Antes do final, novamente com Peggy Lee e sua “I Don’t Know Enough About You”, uma pequena citação a “Samba de Verão (So Nice)”, de Marcos Valle.

No bis, a música veio completa, seguida de “Insensatez”, gravada em seu último álbum, From This Moment On. Muito aplaudido, o bloco bossa nova deu lugar ao clássico “’S Wonderful”, dos irmãos George e Ira Gershwin, que em geral encerra as apresentações da cantora. "Estou apaixonada pelo Brasil", disse ela ao longo do show, além de garantir voltar logo. Pela promessa de que novas canções brasileiras vai estar em seu novo disco, previsto para 2008, nisso a gente acredita.

- Assista o Video Abaixo:



Fonte: Portal IG Notícias.

Postado Por: Daniel Argentino


Este post é uma parceria entre o Blog Jazzman ! e o Blog Jazz e Rock. Para baixar outros discos de Jazz, Rock, Blues, Bossa Nossa e muito mais acesse:

http://jazzerock.blogspot.com/

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