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segunda-feira, 2 de junho de 2008

Morre Bo Diddley, um dos pioneiros do rock


O cantor e guitarrista Bo Diddley, um dos pioneiros do rock, morreu nesta segunda-feira (2), aos 79 anos, em sua casa na Flórida. A notícia foi confirmada por representantes da família, segundo a rede CNN.

Em agosto do ano passado, Diddley sofreu um ataque cardíaco quando se submetia a um check-up médico e foi internado hospital da Flórida. Ele já havia sofrido um derrame no mês de maio anterior, que não deixou seqüelas físicas, mas prejudicou sua fala e compreensão, e havia perdido dedos dos pés devido à diabete.

O músico, cujo nome verdadeiro era Ellas Otha Bates, influenciou gerações de roqueiros, de Buddy Holly aos Rolling Stones, passando pelo U2, principalmente por sua técnica de tocar guitarra que enfatizava elementos percurssivos e pela preferência por guitarras de formato quadrado.

Entre clássicos que compôs estavam "Hey Bo Diddley", "Who do you love?" e "Bad trip".

Ele chegou a trabalhar como mecânico e carpinteiro, e começou sua carreira artística como músico de rua. Tinha como grande influência inicialmente o guitarrista John Lee Hooker, mas cheegou a estudar violino clássico antes de se deparar com grandes nomes do blues.

Com seu som distorcido de guitarra e um ataque ritímico feroz, Bo Diddley não teve tantos sucessos quantos seus colegas pioneiros do rock nos anos 50, mas foi uma grande fontes de inspiração, principalmente para bandas inglesas que bebiam no blues e nos primeiros tempos do rock, como os Yardbirds.

Fonte: Portal de Notícias G1


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sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Retrato de uma noite de jazz intenso, pelo pai dos Beatniks

“O saxofonista saltou do tablado e se misturou ao público, soprando como um louco; seu chapéu estava caído sobre os olhos, alguém arrumou pra ele. Ele pulou de volta para o palco marcando o ritmo com o pé e soprando uma nota rouca, áspera, ferina, e tomou fôlego, e ergue o sax e sopra ainda mais forte mantendo o som suspenso sobre cabeças inquietas. Dean estava exatamente à frente dele com a cara quase enfiada dentro da boca do sax, batendo palmas, pingando suor nas chaves do sax, e o cara percebeu e gargalhou com o sax, uma longa, louca trepidante gargalhada musical, e todos os demais riram e requebraram e balançaram os quadris e finalmente o saxofonista decidiu explodir com tudo, dobrando-se inteiramente e mantendo um dó suspenso no ar por um longo, longo tempo, enquanto todos enlouqueciam e os gritos aumentavam mais e mais e eu pensava que a polícia mais cedo ou mais tarde invadiria o bar, vindo em grupo da delegacia mais próxima. Dean estava em transe. Os olhos do saxofonista estavam pregados nele. Afinal, ali à sua frente estava um maluco que não apenas entendia tudo aquilo como também se interessava e queria entender mais, muito mais do que o que estava acontecendo naquele instante; e, assim, duelaram; uma cascata sonora jorrava daquele sax; não eram mais simples frases musicais, mas gritos, bramidos, uivos, gemidos, “Boohh”, baixando para “Biihi!”e voltando a subir até “Hiiii”, retinindo, tilintando, ecoando em sons laterais de um sax incontrolável. Ele fez de tudo, tocou inclinado para cima, para baixo, para os lados, de ponta cabeça, na horizontal, torto, e finalmente caiu duro nos braços de alguém, desistindo; todos se acotovelaram em torno do palco e gritaram: “Yes! Yes! Ele conseguiu!”

Este trecho do famoso livro On The Road, de Jack Kerouac (aqui utilizei a tradução de Eduardo Bueno), é apenas um dos momentos em que o autor, que viveu intensamente a era Bebop dos anos 40, faz menção aos grandes concertos de jazz que se espalhavam pelas noites americanas. A revolucionária técnica narrativa da geração beat deve muito de sua linguagem, seu ritmo e sua prosódia à maneira espontânea e frenética com que músicos como Charlie Parker e Dizzy Gillespie sopravam seus instrumentos.
A ligação entre a composição “Kerouac”, co-assinada por Charlie Christian e Dizzy Gillespie, com o escritor natural de Lowell, Massachussetts, explica-se pela influência de um colega de faculdade do escritor, chamado Jerry Newman, que atuava como produtor de discos dos boppers, e inventava livremente nomes para as intrincadas recriações de canções populares feitas pelas feras do Bebop. “Kerouac”, elaborada seguindo a seqüência harmônica do standard Exactly Like You, foi uma homenagem do produtor ao amigo de faculdade, na época com 19 anos de idade, um ilustre desconhecido.


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