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terça-feira, 16 de setembro de 2008

Natália Arduino: Zeca Baleiro e o homem-bomba

Na quinta-feira passada, dia 11/09, estive no auditório da rádio Globo Fm para um show do Zeca Baleiro, em comemoração aos 35 anos da rádio.

A ocasião marcou também o lançamento do cd do Baleiro, “O coração do homem bomba” (um nome bem sugestivo para a data fatídica em que o show foi realizado). Num clima bem descontraído e intimista, Zeca cantou as músicas novas e mesclou com os sucessos antigos como Proibida pra Mim, Bandeira e Telegrama (esta última, atendendo aos pedidos do público que estava no auditório de 50 lugares).

Em março desse ano, estive em São Paulo para um curso no Espaço Cult e tive a oportunidade de participar de uma entrevista com o Zeca que estava preparando o material para o novo cd. Na época, o cantor e compositor, falou um pouco sobre tudo, desde processo de composição e criação de um trabalho até gravadora e internet. Vou reproduzir aqui as idéias dele sobre alguns desses assuntos.

Sobre a briga gravadora x internet: “As gravadoras vêem a internet como uma rival quando, na verdade, deveriam ver como uma aliada”. Para o músico, a jogada do Radiohead - que disponibilizou o cd todo para download e o usuário que decidia o valor que deveria pagar (se quisesse pagar) – foi genial. Ainda comparou a atitude com a estratégia do traficante (no seu estilo sarcástico de sempre) “A primeira é de graça, depois paga”.

Sobre o processo de composição: “Processo de composição é igual sexo a dois e sexo sozinho. A dois é muito bom, mas sozinho dá menos trabalho”. Ainda complementou falando que nesse novo trabalho está meio a meio. Muita composição sozinha, mas muitas com parceiros como Chico César e Kleber Albuquerque.

Sobre a crítica musical: “A crítica é um mal necessário. A matéria elogiosa se banaliza”. Para ele falta pouco preparo de quem escreve sobre música, pois não basta falar do cd, é preciso contextualizar o trabalho. Além disso, Zeca acredita que falta também boa vontade com a música brasileira.

Sobre exigências de gravadora: “Nunca me vi como mainstream. Não fui contratado para ser a estrela da gravadora”. Para Baleiro, isso foi muito bom, pois assim, ele não ficou com o “rabo preso”, nem precisou assumir nenhum tipo de compromisso com a gravadora.

Para finalizar, sobre o nome do novo trabalho: “Todo homem é um homem-bomba em potencial, com hora e local para explodir”. A idéia também foi para humanizar esses homens.

O trabalho, segundo Zeca, vai ser dividido em dois volumes. O primeiro foi lançado agora, em setembro, o segundo está previsto para vir em novembro e vai ser mais melódico, algo mais calmo, já que o volume 1 está mais dançante, sem baladas.

Site oficial: http://www.zecabaleiro.com.br/

Fotos do show na rádio: www.flickr.com/photos/natymag

Youtube: Proibida pra Mim - Zeca Baleiro
Auditório da Globo Fm, 11/09/2008



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quarta-feira, 9 de julho de 2008

Natália Arduino: Leoni caindo na rede


Leoni é um artista que sabe cativar o público e sabe que manter uma ligação com os fãs é de extrema importância para a manutenção da carreira. Nas atitudes inovadoras que toma, não só nos shows, mas principalmente em seu site (http://www.leoni.art.br/) fica claro que o artista quer uma relação cada vez mais próxima com quem curte seu trabalho e até com aquele que não conhece muito bem, mas está disposto a descobrir o que é.
Em tempo de brigas entre gravadoras e usuários da internet que baixam músicas e as compartilham na rede, o cantor e compositor Leoni vem mostrando porque é tão adorado pelo seu público. Desde que inaugurou seu site, a interação com seus fãs só vem aumentando. Começou com apenas um blog, um fórum. Passou para uma votação de qual seria a melhor música do cd que tinha acabado de lançar (“Outro Futuro”) e que disponibilizou integralmente para que os cadastrados pudessem ouvi-lo. Chegou na criação de um tópico para escolher uma música fora do repertório para ser tocada no show da cidade em que estivesse se apresentando, a “Canção Rotativa”, e na participação quase total dos fãs no clipe da música “Lado Z”, escolhida como a preferida do cd pelos cadastrados, através de imagens, não só do Leoni, mas do próprio público, gravadas em shows ou em casa. Agora, o fã tem a chance de expressar suas idéias no blog do próprio Leoni, através de uma votação mensal (entre os cadastrados, o cantor não influencia em nada no processo) para escolher o “colunista do mês” que ganha uma coluna semanal no mês seguinte ao da votação. Como se já não bastasse, na última mini-temporada de shows feita em Niterói, o cantor apresentou mais uma surpresa. Comentou que todos os cadastrados no site receberão por e-mail músicas prováveis que farão parte do próximo disco, com letra, ficha técnica, tudo o que tem direito. A idéia é que o público vote na preferida e assim, o disco será estruturado. Mais uma forma de estreitar a ligação do artista com seus fãs.

Estive presente no show do Leoni, no último sábado (28/06), no Teatro Municipal de Niterói, e só ratifiquei tudo o que já foi dito. O show faz parte do encerramento da turnê “Outro Futuro” que começou em outubro de 2006, no Canecão.

Pontualmente, às 21h, entrou no palco Daniel Lopes, ex-integrante da banda Reverse e guitarrista do Leoni, para o show de abertura, apresentando seu trabalho solo. Cantou a música que dá nome ao seu cd “Mais e mais refrões” e apresentou sua “banda”, um iPod com a base gravada que “não erra, não sai do tom nem reclama”...rs..rs..
Ainda contou com a participação do baixista Andrea Spada, seu companheiro de banda junto com Leoni.
Ás 21:30h, Daniel se despediu do público, cantando “Imagina”, a única música do Reverse presente em sua apresentação, para logo em seguida voltar acompanhando o artista principal da noite.
Leoni abriu o show com “A chave da porta da frente”, parceria dele com Frejat, vocalista do Barão Vermelho. Emendou sucessos dos anos 80 como “Doublé de Corpo” (da época dos Heróis da Resistência) e “Alice” (da época do Kid Abelha). O público acompanhando tudo, cantando junto com o artista. Ainda estiveram presentes músicas do álbum mais recente, “Outro Futuro” e uma “parceria” entre Leoni e Bob Dylan, com “Shooting Star” (que na versão do músico ganhou o nome de “Cometa”).
No meio do show, Leoni explicou um pouco como funciona o site dele, o canal que tem com os fãs e, como resultado da interatividade, apresentou “Fotografia”(Leoni/Léo Jaime) e “O que eu sempre quis”(também da fase “Heróis”), canções escolhidas pelos participantes do site em um tópico chamado de “canção rotativa”(em cada lugar que o músico vai fazer um show, abre-se uma votação para escolher uma música que não está no repertório, para ser tocada. No caso de Niterói, as duas ficaram empatadas). Apresentou também duas canções inéditas, “Do teu lado”, feita com Rodrigo Maranhão e “Dá pra rir e dá pra chorar”, que estão em votação no site para saber qual das duas fará parte do próximo trabalho do cantor.
O show ainda continuou com os sucessos “Educação Sentimental”, “Por que não eu?” (que foi cantada de cima a baixo pelo público enquanto Leoni fazia um passeio pela platéia) e “Exagerado”, encerrando o show. Na volta, para o Bis, tocou ainda “Só pro meu prazer” e saiu muito aplaudido do palco, pelas pessoas que compareceram enchendo o Teatro.

Youtube: Fotografia - Leoni
Teatro Municipal de Niterói, 28/06/2008


Youtube: O que eu sempre quis - Leoni
Teatro Municipal de Niterói, 28/06/2008

segunda-feira, 3 de março de 2008

Natália Arduino: Roberta Sá no Circo Voador

Quem esteve na última sexta-feira (29/02), no Circo Voador, para ver o show da Roberta Sá, pôde conferir o que talvez tenha sido a consagração de uma cantora. Fui ao show por, simplesmente, gostar da Roberta. Acho que de todas essas “novas” cantoras que surgiram nos últimos anos ela é quem mais me agrada em todos os aspectos. Gosto da voz afinada, gosto do jeito dela no palco, gosto do repertório leve, divertido, simples e agradável.
Ela abriu o show com “O Pedido” (Junio Barreto e Jam da Silva), música também de abertura do segundo cd “Que Belo e Estranho dia para se ter Alegria”. A banda, como sempre, em bela sintonia. Na segunda música (“Alô, Fevereiro”, de Sidney Miller) a constatação de que aquele não seria apenas mais um show de Roberta Sá e sim, O show! Vi um Circo Voador lotado (não tinha espaço para se infiltrar dentro da tenda) cantar a música toda, fazendo a cantora ficar atônita e deixar o público levar.
Depois disso, tivemos uma Roberta muito mais solta no palco, bem à vontade e “comandando a massa”. A primeira participação foi de Junior Tolstoi, baixista que, confesso, não conhecia, mas curti. Logo depois entrou Pedro Luís, no fim de “No Braseiro” (Pedro Luís), música que dá nome ao primeiro cd, para dar seu recado “Quero justiça alegria e quero paz,/ Mas com direito iguais como já disse Tosh”. Cantou também “Fogo e Gasolina” (Carlos Rennó e Pedro Luís) que no cd ganhou a participação de Lenine.
As outras participações foram Dudu Nobre, que cantou “Água da minha sede” e “Quem é ela?” (ambas parceria dele com Zeca Pagodinho), e Hamilton de Holanda, que arrasou, como sempre, no bandolim e tocou “Laranjeira” (Roque Ferreira) como se fosse fechar o show, mas logo voltou entoando a melodia de “Novo Amor” (Edu Krieger, também presente no cd “Que belo e estranho...”), o momento mais emocionante do show.
Para fechar mesmo a noite, todos se reuniram no palco e cantaram “Girando na Renda” (Pedro Luís, Flávio Guimarães e Sérgio Paes), música que ficou em segundo lugar no Festival da Cultura de 2006, para terminar em uma grande festa!
Depois disso, o público ainda não satisfeito, continuou pedindo mais e Roberta voltou para, mais uma vez, cantar “Alô, Fevereiro”, fechando a noite consagrada pelo público.

Baixe o cd Que Belo Estranho Dia Pra Se Ter Alegria, de Roberta Sá

CLICK TO DOWNLOAD

Ano: 2007




Youtube: Fogo e Gasolina - Roberta Sá e Pedro Luís
Circo Voador, dia 29/02/2008



Youtube: Quem é ela? - Roberta Sá e Dudu Nobre
Circo Voador, dia 29/02/2008


Youtube: Novo Amor - Roberta Sá e Hamilton de Holanda
Circo Voador, dia 29/02/2008


Site Oficial: http://www.robertasa.com.br

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quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Natália Arduino: Bordado de Rodrigo Maranhão

Gente, estou chegando agora por aqui. Recebi o convite do JazzMan para escrever sobre MPB. Não sou nenhuma especialista no assunto, mas adoro música, principalmente a brasileira que respiro 24h por dia. Como meu post de estréia, resolvi falar sobre um “novo” compositor. Ele não é tão novo na carreira, mas começou a se destacar agora, principalmente depois de ter três músicas gravadas pela cantora Maria Rita, em seu Segundo cd, ganhando assim, o Grammy de melhor canção de 2006 com “Caminho das Águas”. O nome dele é Rodrigo Maranhão. Cantor, compositor, instrumentista e líder do Bangalafumenga (bloco sensação do Rio de Janeiro), depois de 10 anos sendo gravado por cantoras como Ryta de Cássia, Verônica Sabino, Fernanda Abreu e Roberta Sá, lançou, ano passado, o cd “Bordado” só com composições próprias. O disco é bem intimista e tem leituras bem interessantes do cotidiano de pessoas de várias classes e lugares, desde um velho pescador (em “Bordado”) até de uma mãe afegã (em “Noites do Irã”). Rodrigo Maranhão costura muito bem suas músicas e sabe dar o seu "Recado". São 30min de pura mpb, com simplicidade e sofisticação. Meio paradoxal? Pode até ser, mas que faz todo sentido ao ouvir o cd.

YouTube: Caminho das Águas - Rodrigo Maranhão
Show no Canecão, dia 17/07/2007


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