sábado, 29 de novembro de 2008

Roberto Muggiati - Improvisando Soluções

ENTREVISTA EXCLUSIVA - Roberto Muggiati

O blog JazzMan! tem a enorme honra de entrevistar o jornalista Roberto Muggiati, um dos mais importantes escritores e historiadores de jazz em nosso país.


Por Leonardo Alcântara (JazzMan!)
Colaboração: Fernanda Melonio e Vagner Pitta

O jornalista curitibano Roberto Muggiati tem sido nos últimos anos uma verdadeira autoridade no que tange à difusão do jazz entre os brasileiros. Com diversas publicações sobre o gênero, Muggiati consegue mostrar ao leitor, com uma linguagem agradável e elegante, que o jazz não é nenhum bicho de sete cabeças e que está além de um simples gênero musical, podendo ser utilizado como fonte de inspiração para diversas situações e decisões ao longo da vida.

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Esta idéia é reforçada em seu último lançamento Improvisando Soluções: o Jazz como Exemplo para alcançar o Sucesso (Best Seller, 2008), onde o escritor cita diversos exemplos de jazzistas que superaram as mais variadas adversidades para impor a sua arte. Superação e improviso fazem parte da história e da estética do jazz, onde seus vitoriosos protagonistas transformaram vivências e sentimentos em uma arte espontânea, que permanece viva há mais de um século.

Roberto Muggiati estará no dia 05/12, em Curitiba, sua cidade-natal, para o lançamento do livro Improvisando Soluções: o Jazz como Exemplo para alcançar o Sucesso. Antes disso, ele generosamente nos concedeu a entrevista abaixo.

JazzMan!: O que foi que te chamou a atenção no jazz? Como foi o processo até se tornar um dos grandes escritores brasileiros do gênero?

Roberto Muggiati: Com pouco mais de dez anos de idade, ao ouvir naquelas velhas bolachas de 78 rotações-por-minuto os sons de Art Tatum, Nat King Cole, Louis Armstrong e Duke Ellington, percebi que aquela música era diferente das demais — era mais viva, mais inteligente, menos previsível e programada. Daí para o bebop de Charlie Parker e Dizzy Gillespie, para as invenções pianísticas de Bud Powell e Thelonious Monk, para o saxofone cool de Lester Young, foi a descoberta do jazz moderno, complementado depois pela escola da Costa Oeste (Stan Getz, Gerry Mulligan e Chet Baker, Shorty Rogers e seus grupos, a orquestra de Stan Kenton).

Como escrevia desde pequeno, a carreira enveredou para o jornalismo (e depois para os livros) e escrever sobre jazz — a música que amava acima de todas, foi um passo natural.

JM: Desde 2005 estamos tendo uma onda crescente de festivais de jazz pelo país. Os Festivais de Ouro Preto e Rio das Ostras já são reconhecidos como alguns dos melhores do mundo. Você acredita que prefeituras, produtoras e empresários estão descobrindo o poder do jazz?

RM: Com certeza. Você já ouviu falar dos festivais de Manaus, de Guaramiranga (no Ceará), de Joinville (Santa Catarina) e dezenas de outros “pocket festivals” nas capitais do Brasil. A maioria conta com patrocinadores públicos ou privados, indicação de que os marqueteiros descobriram finalmente o poder de penetração do jazz e a sua marca de qualidade e sofisticação.

JM: Como você avalia a difusão do jazz no Brasil?

RM: Ainda é pequena, apesar dos sites e blogs que existem. Mas publicações especializadas são raras, ou sazonais. Se você se der conta de que uma revista de uma grande editora sobre rock – a Bizz, da Abril – deixou de circular, a situação é ainda mais difícil para o jazz. Mas, graças principalmente à internet, o jazzófilo – como o jazzista – sabe se virar e encontra suas fontes de informação.

JM: No livro New Jazz: de volta para o futuro, você escreve a respeito de músicos que ficaram conhecidos como os Young Lions, surgidos nos anos 80 e 90 com a proposta de preservar uma tradição jazzística. Quais as diferenças entre essa geração mais recente e as anteriores, das décadas de 60 e 70, e quais as contribuições dos Young Lions para o futuro do jazz no século XXI?

RM: A geração dos irmãos Marsalis & Cia teve mais acesso do que as anteriores ao aprendizado não só do jazz, como da música em geral. (Muitos, como Wynton e seu irmão saxofonista Branford, são também exímios executantes do repertório erudito). Mas esta geração – embora toque admiravelmente bem – se viu condenada a uma releitura de todas as escolas do jazz que a antecederam, sem a capacidade de criar algo “novo”. (Este problema da criação do “novo” se aplica também a todas as outras artes: pintura, literatura, teatro, etc. — é uma espécie de característica da época, um momento, talvez, de apreender tudo o que já foi feito antes de começar algo novo, um momento de espera).

JM: O crítico inglês Stuart Nicholson, em seu livro Is Jazz Dead? (Or Has It Moved to a New Address), gerou polêmica ao dizer que o jazz europeu detém os reais inovadores do jazz contemporâneo, pois essa geração de Wynton Marsalis cristalizou o jazz em uma música baseada no tradicionalismo e esqueceram da necessidade de criatividade e inovação. Você concorda com as palavras de Nicholson?

RM: Nem o jazz morreu, nem se mudou para um novo endereço (a comunidade dos euros). Podemos dizer que se espraiou por uma série de novos endereços e, registre-se aí, além da contribuição européia, as contribuições latino-americana (Brasil, Argentina, Cuba, México), asiática (Japão, China, etc), africana e por aí vai.

JM: Como você avalia os músicos que surgiram a partir dos anos 2000? Qual a proposta da nova geração?

RM: É uma geração pulsante de talentos, experimentando todo tipo de formatos musicais e explorando todas as possibilidades no campo da instrumentação. A meu ver, um fato importante é a ascensão da mulher, não mais presa ao papel da crooner, mas competindo com os homens em instrumentos “viris” como o contrabaixo, a bateria, o trombone e o saxofone. Sem mencionar que a grande band-leader e orquestradora da década é uma mulher, Maria Schneider.

JM: Fale-nos um pouco sobre o Improvisando Soluções, seu mais recente livro. Como surgiu a idéia de escrevê-lo?

RM: Como eu relato no próprio livro, a idéia tomou corpo a partir de um curso que dei em Porto Alegre em fevereiro de 2006, no Espaço Cultural Santander, sobre os Cem Anos do Jazz, três palestras de três horas que tiveram a ocupação da sala completa, incluindo homens e mulheres nas faixas etárias de 16 a 80 anos. A receptividade deste público de quase cem pessoas me despertou a idéia de escrever um livro sobre “vivências do jazz”, sem elaborar demais na parte técnica ou musical, mas enfatizando as lições de vida dos mestres do improviso.

JM: Neste livro, você relata uma passagem em que o jazz o salvou de um suicídio. Em algum outro momento o jazz o influenciou em outras decisões importantes?

RM: Não só nesta ocasião crítica, mas em situações do dia-a-dia, o jazz sempre contou muito em minha vida — na tentativa de tocar saxofone, estudando dez anos com o Mauro Senise, como na cobertura de shows e festivais, na descoberta de novos álbuns dos grandes mestres e também de músicos “menores” porém altamente significativos. O jazz sempre atuou no meu mecanismo de memória como a famosa “madeleine” proustiana, cada época ou momento de minha vida amarrado a esta ou aquela música. Basta ouvir hoje, por exemplo, Sarah Vaughan cantando Over the Rainbow acompanhada do saxofonista Cannonball Adderley que eu viajo na máquina do tempo até aquele ano mágico de 1958, meio século atrás, e revivo exatamente o que eu fazia, o que eu sentia na ocasião.

JM: Você cobriu o Festival de Montreux (1985 a 1988) e a maioria das edições do antigo Free Jazz. Quais as lembranças mais marcantes destes festivais?

RM: Existem os punti luminosi, como as apresentações de Hermeto e o dueto de Hermeto com Elis (1979), de João Gilberto (1985), a volta de Miles Davis aos palcos (1985), tudo isso em Montreux, a big band de Gil Evans no Hotel Nacional, o show grátis de Sonny Rollins no Parque da Catacumba, no Rio, a entrevista exclusiva de uma hora com Chet Baker e sua apresentação no primeiro Free Jazz, em 1985; a Mingus Band com Elvis Costello no MAM; ali mesmo, o conhecimento dos novos talentos de Terence Blanchard, Nicholas Payton, James Carter, John Pizzarelli, a comovente apresentação de Michel Petrucciani no Hotel Nacional; e, também ali, a do veterano violinista Stephane Grappelli; a maestria de veteranos como Lee Konitz, Art Farmer e Johnny Griffin. Rever Griffin (no Rio) e Dexter Gordon (em São Paulo 1980 e Montreux 1986) foi viajar de volta a Londres em 1962-63, quando eles passaram cada um um mês inteiro no Ronnie Scott's Jazz Club. Dizzy Gillespie e sua United Nation Orchestra no Free Jazz. Enfim, são momentos marcantes de música, que a gente não esquece jamais.

JM: Uma última pergunta para descontrair: no hino do Flamengo há os versos que dizem: "Eu teria um desgosto profundo/Se faltasse o Flamengo no mundo...". Se fosse o jazz que faltasse, como seria?

RM: Eu teria um desgosto profundo se o jazz faltasse, mas isso nunca vai acontecer. A propósito, há uma cantoria que rola nos estádios brasileiros entre as torcidas que é puro jazz, o refrão de When the Saints Go Marchin' In — tararará, tararará, tararará-rá-rá-rá-rá, tarará, tará, tarára, tarará, rá-rá-rá-rá! Repito a você a pergunta que até hoje ninguém me respondeu: como foi que está canção de New Orleans veio parar nas arquibancadas do Maracanã? Tenho a minha teoria: ela chegou através das charangas, aquelas bandinhas de torcida, como a famosa banda do Bangu e a Charanga do Flamengo, que captaram When the Saints através de discos ou até através das apresentações pela rádio e TV do incrível Booker Pitman. É um mistério digno de uma profunda pesquisa. Quem se habilita? JM

Título: Improvisando Soluções
Autor: Roberto Muggiati
Editora: Best-Seller
Ano: 2008
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DIA 05/DEZ EM PARAIBUNA



segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Show do Circular BR com Gabriel Grossi e Raul de Souza

Terça-feira, dia 2 de dezembro, a partir das 19h30, o gaitista brasiliense, Gabriel Grossi e seu convidado, o trombonista Raul de Souza sobem ao palco do Teatro de Arena da Caixa. No dia 14, as 19 horas, seguem para o Teatro Municipal de Niterói.

Com o objetivo de promover o intercâmbio cultural no cenário musical brasileiro, o Circular BR apresenta a série de shows de música popular brasileira instrumental. Nesta edição o Trio Bonsai, o gaitista Gabriel Grossi, a dupla de trompetista e trombonista Zé da Velha e Silvério Pontes e o violeiro Roberto Correa recebem ao palco ilustres instrumentistas do cenário musical, como Ulisses Rocha, Raul de Souza, Trio Madeira Brasil e Jaques Morelenbaum.

As apresentações são realizadas, em datas alternadas, até o dia 12 de março de 2009 em São Paulo, Curitiba, Rio de Janeiro, Niteroi, Aracaju e Recife. A idéia central do projeto é reunir instrumentistas com diferentes propostas musicais que apresentam, ao lado de renomados músicos, a combinação de seus “temperos”, para diferentes pláteias onde não estão acostumados a tocar.

Patrocinado pela Petrobras BR e com a coordenação geral e direção artística do músico Marcelo Guima, o projeto realizou nas edições anteriores mais de 100 shows, em oito diferentes cidades de oito estados.
www.circularbr.com.br

Sobre os músicos:

Gabriel Grossi: Jovem gaitista brasiliense radicado no Rio de Janeiro, Gabriel Grossi explora diversos gêneros da música brasileira. Com sua gaita cromática, desenvolve uma linguagem de improviso que busca caminhos expressivos e, muitas vezes, inusitados.

No Brasil e no exterior, o músico já trabalhou ao lado de nomes como Chico Buarque, Ivan Lins, Leila Pinheiro, João Donato, Guinga, Lenine, Djavan, Milton Nascimento, Dominguinhos, Maria Bethânia, Ney Matogrosso e uma de suas grandes influências, Hermeto Pascoal. O clarinetista Paulo Moura e Zélia Duncan e Beth Carvalho, com quem gravou CDs e DVDs, também estiveram ao lado do gaitista.

Com seu primeiro disco, “Diz que fui por aí” (Delira Música), arrancou elogios de representantes da harmônica mundial. Seu mais recente CD, “Arapuca” (Delira Música), inspirado no forró, mostra que é possível aliar a tradição da música instrumental com o gosto popular através da música nordestina.

Já o show “Brasilianos”, do bandolinista Hamilton de Holanda, é um caso a parte. Interpretado pelo quinteto Daniel Santiago (violão), André Vasconcellos (baixo), Márcio Bahia (bateria), Gabriel Grossi (harmônica) e Hamilton de Holanda (bandolim), o trabalho conquistou o Prêmio Tim de Música 2007 na categoria Melhor Grupo Instrumental e foi indicado ao Grammy Latino 2007 na categoria Melhor Álbum Instrumental.

A carreira internacional estabelecida lhe rendeu viagens pela Indonésia, Austrália, Nova Zelândia, Malásia, EUA, Portugal, França, Itália, Colômbia e Angola. Para o Circular BR, o músico se une a dois grandes instrumentistas da nova geração: Guilherme Ribeiro (piano) e Serginho Machado (bateria). Juntos formam o Gabriel Grossi Trio.

Raul de Souza: João José Pereira de Souza nasceu em Campo Grande, subúrbio carioca, e cresceu em Bangu, onde aprendeu pandeiro, bumbo, caixa e prato. Aos 16anos de idade teve seu primeiro contato com o trombone (de vávula) na banda da Fábrica de Tecidos Bangu. Batizado por Ary Barroso com o nome artístico de Raul de Souza, ficou conhecido com seu trombone nas gafieiras cariocas.

Em 1957, Raul grava pela primeira vez com Altamiro Carrilho e a turma da Gafieira, que incluía o baterista Edson Machado, o violonista Baden Powell, o sax tenor Zé Bodega e o acordeon de Sivuca. Nesse mesmo ano, recebe o prêmio de melhor músico pelo crítico Paulo Santos, da rádio MEC do Rio de Janeiro.

O músico toca, em São Paulo, com Sérgio Mendes (com quem também excursiona pela Europa pela primeira vez), e, de volta ao Rio de Janeiro, além de participar da gravação do LP de Mendes (grupo Bossa Rio), toca na Orquestra Carioca da Rádio Mayrink Veiga.

Seu primeiro LP como solista, “À Vontade Mesmo” (1965), tem a participação do baterista Airto Moreira. De volta à Europa, Raul acompanha o pianista Luís Carlos Vinhas e permanece em Paris por um ano, trabalhando na boate Elephant Blanc e, além de outras casas noturnas, no famoso clube de jazz Blue Note.

Novamente no Brasil, Raul trabalha por nove meses como integrante do RC-7, conjunto reunido por ele para acompanhar o cantor Roberto Carlos. Em 1968 monta o grupo instrumental Impacto 8, com o qual grava mais um disco. Um ano depois, parte para o México como integrante do grupo SamBrasil. Em 1973 é convidado para uma turnê pelos EUA com Flora Purim e Airto Moreira. Nesse mesmo ano, lança seu primeiro LP americano “Colors”, produzido por Airto, com arranjos do grande trombonista J. J. Johnson e participação do baterista Jack De Jonette e do saxofonista Cannonball Adderley. Esse disco alavanca uma série de convites para participação de Raul em outras gravações (com Sonny Rollins, Caldera e outros) e o leva à “Encyclopedia of Jazz”, do crítico Leonard Feather.

Após “Colors”, viriam mais três LPs: “Sweet Lucy” (1977), “Don’t Ask My Neighbors” (1978) e “Till Tomorrow Comes” (1979). Todos pelo selo Capitol – os dois primeiros produzidos por George Duke.

Raul de Souza consagra-se como compositor e instrumentista. Durante sua longa temporada nos EUA, toca e grava com alguns dos melhores músicos americanos, como Cal’Tjader, Cannonball Adderley, Azar Lawrence, Al Dejohnette, Lionel Hampton, Sarah Vaughan, Leon Ndugu Chancler, George Duke, Stanley Clarke, Ron Carter, Frank Rosolino, Sonny Rollins, Freddie Hubbard (que assina a elogiada apresentação de seu álbum “Sweet Lucy”, do qual participa), Hubert Laws, além dos brasileiros Sérgio Mendes, Airto Moreira, Flora Purim, Hermeto Pascoal, Milton Nascimento e Toninho Horta.

Raul também inventa um instrumento: o Souzabone, trombone em dó com quatro válvulas, com mais recursos que os tradicionais, em si bemol com três válvulas. Raul desenha e encomenda o instrumento, que vem utilizando a partir de seu LP “Don’t Ask My Neighbors”.

Entre os prêmios recebidos por Raul nos EUA, está o título de cidadão honorário de Atlanta, Geórgia. Em 1979, foi classificado pelo terceiro ano consecutivo entre os cinco melhores trombonistas de jazz pelos leitores da revista Down Beat e considerado o número um pelos da New York City Jazz Magazine.

Raul viveu por muitos anos na França, participando de apresentações com o seu grupo francês. Em 2004, foi homenageado no Chivas Jazz Festival - Brasil. Em 2005 esteve novamente no Brasil para o lançamento do CD “Elixir” e do documentário "Viva Volta", de Heloísa Passos.
Seu recente trabalho, “Jazzmim”, foi lançado pela gravadora Biscoito Fino e gravado em Curitiba com o grupo Natocaia.

Serviços:
RIO DE JANEIRO (RJ) – DIA 02/12 – TERÇA-FEIRA às 19:30
CAIXA CULTURAL-TEATRO DE ARENA
226 Lugares
End.: Rua Almirante Barroso, 25 - Centro
Tel.: (21) 2544-4080
Ingressos – 5,00 (inteira) e 2,50 (meia)
Gabriel Grossi Trio
Convidado especial: Raul de Souza

NITERÓI DIA 14/12 – DOMINGO às 19 horas
TEATRO MUNICIPAL DE NITERÓI

400 Lugares
End.: Rua XV de Novembro, 35 - Centro
Tel.: (21) 2620-1624 / 2613-0106
Censura Livre
Ingressos: R$ 5,00 (inteira), R$ 2,50 (meia)
Gabriel Grossi Trio
Convidado especial: Raul de Souza

Assessoria de Comunicação
Rio de Janeiro e Niteroi
Nani Santoro - nanisantoro@uol.com.br
21 3324 5200 - 21 9855 1939

Coordenação e outros estados
Claudia Corbett – claudiacorbett@uol.com.br 11.8507.2113
Fernanda Blotta – fblotta@gmail.com

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domingo, 23 de novembro de 2008

Arnaldo Baptista no cinema JÁÁÁÁÁÁ!!!!!

É com muito prazer que lhes convoco pem uma mobilização extraordinária para mandar Loki - Arnaldo Baptista às telonas do cinema. Pra quem ainda tá por fora: Loki é um documentário sobre a vida do Arnaldo. Quem assistiu pelas apresentações Brasil afora, se emocionou, gritou e aplaudiu de pé.

A proposta é a seguinte: encher a caixa de e-mail do "fale conosco" do Canal Brasil com pedidos pra que Loki vá para as telonas.

Por favor, sintam-se no direito:
http://globosat.globo.com/canalbrasil/institucional/faleconosco.asp

Para saber mais:

No cine odeon, o Brasil que não se encontra nas urnas
http://dandopiniao.blogspot.com/2008/10/no-cine-odeon-o-brasil-que-no-se.html

'Loki' expõe lucidez insana da mente de Arnaldo
http://blogdomauroferreira.blogspot.com/2008/10/loki-expe-lucidez-insana-da-mente-de.html

O fino da Mostra

http://ofinodamostra.com/2008/10/24/loki-arnaldo-baptista/

LOKI, documentário sobre Arnaldo Baptista é um dos ganhadores da Mostra

http://mtv.uol.com.br/noticias/lóki-documentário-sobre-arnaldo-baptista-é-um-dos-ganhadores-da-mostra-de-cinema-de-sp

Prêmio merecido para LOKI

http://colunistas.ig.com.br/mauriciostycer/tag/arnaldo-baptista/

"Deixei claro que eu sou rebelde, entre os rebeldes" diz Arnaldo Baptista
http://cinema.uol.com.br/mostra/2008/ultnot/2008/10/26/ult6887u30.jhtm



http://matecouro.blogspot.com

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sexta-feira, 21 de novembro de 2008

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Dia da Consciência Negra: Grande encontro de arte viva “capoeira

O CENTRO Cultural Brasil-Moçambique (CCBM) “José Aparecido de Oliveira”, em Maputo, comemora desde ontem, 19, o “Dia da Consicência Negra”. O acto, que encerra a sábado, está a ser caracterizado pela realização de uma série de eventos alusivos a esta importante data para o povo brasileiro e que recorda a heroicidade de Zumbi dos Palmares, um dos escravos que resistiu às forças coloniais.
Para a comemoração da presente efeméride, encontra-se em Maputo o grande mestre brasileiro de capoeira, que é igualmente músico, Tonho Matéria.
Tonho Matéria é presidente da Associação Capoeira Mangagá de Salvador da Bahia, e em Moçambique vai orientar uma série de palestras e workshops, assim como actuar num espectáculo musical preparado para a celebração do Dia da Consciência Negra.
Tonho Matéria está em Moçambique também para presidir ao primeiro Grande Encontro “Arte Viva” de Capoeira, evento enquadrado nas referidas comemorações e que juntará todos os grupos de capoeira que actuam em Maputo.
Na noite desta quinta-feira, haverá uma palestra sobre a data e sua importância, e ainda um show de capoeira, de teatro e de dança. Vai-se também proceder à inauguração de uma exposição fotográfica sobre capoeira, um trabalho de autoria de Cita Vissers.
No Centro Cultural Universitário da Universidade Eduardo Mondlane, realizou-se uma palestra de Tonho Matéria sobre o marketing na capoeira e a importância da história de Zumbi dos Palmares para o Brasil e seus descendentes africanos.
Os trabalhos do Primeiro Grande Encontro “Arte Viva” da Capoeira continuará amanhã, sexta-feira, e no sábado, sendo que na manhã do último dia haverá um “Aula de Capoeira” em frente do Conselho Municipal da Cidade de Maputo, e ao fim da tarde proceder-se-á à entrega de certificados aos participantes.

“Blues e Jazz, histórias em comum” com o pianista e compositor Jeff Gardner

Associação Alumni faz pocket show “Blues e Jazz, histórias em comum”com o pianista e compositor Jeff Gardner


Data: 25 de novembro, café com bate-papo às 19h30, show das 20h às 22h Gratuito
Local: Centro Cultural Alumni - Rua Brasiliense, 65 – Chácara Sto. Antônio

A Alumni, entidade binacional destinada a promover a integração entre o Brasil e os Estados Unidos por meio de programas de ensino, cultura e responsabilidade social, encerrará suas atividades culturais do ano com um pocket show intitulado “Blues e Jazz, histórias em comum” com o pianista e compositor Jeff Gardner, músico com influências do clássico, do jazz e da música brasileira, com uma extensa carreira no país e no exterior, e com 17 CDs já gravados. Através de composições de mestres do jazz e do blues, como Duke Ellington, Charlie Parker e Thelonious Monk, e de composições próprias, Jeff Gardner vai contar ao piano algumas das páginas mais emocionantes das histórias em comum destes estilos musicais.

Repertório: Piano Blues 1 (Jeff Gardner); Piano Blues 8 (Jeff Gardner); Dead Man Blues (Ferdinand "Jelly Roll" Morton); C Jam Blues (Duke Ellington); Blues for Alice (Charlie Parker); Blue Monk (Thelonious Monk); Blues for Hawk (Jeff Gardner); Blues for the Front Line (Jeff Gardner); Blues for Arnold (Jeff Gardner); Planet Shantytown (Jeff Gardner); Blues for Anna Blume (Jeff Gardner); Piano Blues 10 (Jeff Gardner); Talk About It (Jeff Gardner).

O blues e o jazz compartilham muitas histórias em comum, tanto que às vezes é impossível determinar se uma composição ou interpretação é de um ou de outro estilo, ou ambos! O jazz, que conquistou o mundo nos anos 20 - Pixinguinha surgiu tocando numa jazz band - é, com certeza, uma linguagem mais abrangente. Tem assimilado, tanto quanto o blues e o ragtime, elementos da música erudita e das músicas de raízes de vários continentes, em especial da América Latina. Cada grande mestre de jazz tinha um estilo único de blues, desde os pioneiros como Jelly Roll Morton, Duke Ellington e Louis Armstrong até os contemporâneos como Charlie Parker, Charles Mingus e John Coltrane. O blues é a fonte de músicas como rock‘n roll, funk, rhythm‘n blues e rap.

Pianista e compositor, Jeff Gardner nasceu em Nova York e vive no Rio de Janeiro desde 2002. Suas influências passam pelo clássico, jazz e, principalmente, pela música brasileira. Estudou com nomes lendários do universo jazzístico, como John Lewis, Don Friedman e Jaki Byard, além de Nadia Boulanger, Ruth Schontal e Ivan Tcherepnin (música erudita). Inúmeros elementos musicais se reorganizam em seu trabalho e suas interpretações revelam uma sutileza própria de quem incorporou todas essas influências. Já tocou ao lado de Hermeto Pascoal, Victor Assis Brasil, Toninho Horta, Paulo Moura, Hélio Delmiro, Mou Brasil, Dori Caymmi, João de Aquino, Mauricio Einhorn, Bocato, Robertinho Silva, Nilson Matta, e Nelson Veras. Participou de festivais em vários países, como Nice Jazz Festival, Jazz Festival San Rafael, Jazz a la Plantation Festival na Martinica, Paris Jazz Festival, Jazz D'Or Festival, New Morning, Groningen Jazz Days, Madajazzcar Festival em Madagascar, Festival de Jazz do Paraguai, Jazz en Lima, e turnes de Honduras, El Salvador, Ecuador, Republica Dominicana, Chile e Colômbia.

Jeff Gardner já gravou 17 CDs, entre eles “Sky Dance” com participação especial de Gilberto Gil como vocalista. Na área de ensino musical, Jeff lecionou na New York University e dá workshops e masterclass em vários países. É autor de um método completo de técnica pianística e improvisação. São vários volumes intitulados “Jazz Piano: Creative Concepts and Techniques” (500 pg + CD), “Sentimento Brasileiro”, “Jeff Gardner’s Blues Book” e “Easy Jazz Preludes” (editados por Ed. Lemoine, Paris) além do “24 Jazz Preludes (Vol. I)” (Terramar Music), e co-autor com Niels Lan Doky de “Jazz Transcription” (Advance Music).

Serviço:

Debate: “Blues e Jazz, histórias em comum”

Data: 25 de novembro, café com bate-papo às 19h30, pocket show das 20h às 22h Gratuito

Inscrições: Tel. 11 5644-9733 e-mail cultural@alumni.org.br
Número de vagas:180 Site: www.alumni.org.br
Classificação indicativa: livre

Colabore com o GAS - Grupo Alumni de Solidariedade levando 1 kg de alimento não-perecível.

Local: Centro Cultural Alumni – Rua Brasiliense, 65 Chácara Santo Antônio
Acesso a portadores de necessidades especiais.
Estacionamento com manobrista, gratuito

Informações para a imprensa:

Menezes Comunicação Tel. 11 3815-1243 3815-0381 9983-5946

Contato: Letânia Menezes/Silvana Santana menezescom@uol.com.br
Menezes Comunicação
Av. Pedroso de Moraes, 631 cj 93
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terça-feira, 18 de novembro de 2008

Mia Couto: "Sou moçambicano de uma minoria"

Um dos maiores escritores moçambicanos da actualidade, Mia Couto, concedeu uma entrevista ao jornalista brasileiro Leonêncio Nossa, do jornal "Estado de São Paulo", na qual aborda diversas questões, desde a literatura até às relações culturais entre os países que se exprimem em português.
Como não podia deixar de ser, Mia Couto, fala também da situação que atravessa Moçambique, esse país do outro lado do mundo, muito desconhecido pelos brasileiros, mas apelidado por outros como sendo "A pérola do Índico".
Não resisto a chamar a atenção de todos para a entrevista, que pode ser lida na íntegra no blog: wwwnantchite.blogspot.com, sob o título "África, com amor e raiva".
Aí vai um excerto da referida entrevista:

"O senhor sempre faz questão de ressaltar que é moçambicano. No dia-a-dia, por ser branco, sente não ser visto como moçambicano?
Eu sinto que sou moçambicano de uma minoria. Sinto isso, o que dói. Mas não é que me sinto de outro lugar ou de outra nacionalidade. Sei que muitos amigos que são negros têm o mesmo drama que eu. Nasceram dentro da língua portuguesa, viveram uma cultura igual à minha, de língua portuguesa, e têm dificuldades de se reencontrar neste espaço comunitário. Há muito escritor moçambicano que tem o mesmo distanciamento em relação àquilo que é cultura popular. Eu me defino como um diverso, sou moçambicano, sim, esse é o eixo central, mas também sou português, e também sou brasileiro. Alguma coisa que devo à inspiração. Eu sempre dizia que a literatura era o lugar em que eu ia viver. Eu não sou só escritor. Eu só me sinto vivo e me sustento enquanto leio e escrevo neste universo, sou muito brasileiro nesse aspecto. Meus grandes mestres foram Drummond de Andrade, Jorge Amado, João Cabral de Melo Neto, Adélia Prado. Os nomes da referência são muito mais brasileiros que portugueses e moçambicanos".

domingo, 16 de novembro de 2008

Podcast JazzMan! nº 9: Max de Castro

O Podcast JazzMan! nº 09 traz a obra de Max de Castro, um dos maiores artistas da sua geração.
Por Leonardo Alcântara (JazzMan!)

A música brasileira é conhecida no mundo inteiro por sua diversidade e capacidade hábil de se fundir aos mais diversos gêneros musicais. Muitos deles como o jazz, hip-hop, rock, soul e funk não são genuinamente brasileiros, mas gradativamente foram se fundindo à nossa cultura, tornando-se parte da nossa linguagem musical. Um artista que representa muito bem esse processo é o cantor e multi-instrumentista Max de Castro.

Max não tem um estilo musical e uma maneira de tocar pré-definidos. Seu trabalho é uma constante busca por diferentes sonoridades e texturas, resultando num som "novo" e peculiar. Seu ouvido produtivo e seu senso de oportunidade fazem de Max de Castro um dos artistas mais criativos da sua geração.

Seu trabalho transita numa linha que vai das raízes até o que há de mais moderno na música contemporânea. Samba, Baião, Jazz, Soul, Funk e muito outros gêneros se misturam a batidas eletrônicas, efeitos e distorções, que fazem da sua música algo atraente e imprevisível.

A criatividade de Max de Castro também é perceptível em suas letras. Com temas que reverenciam a cultura brasileira e seus protagonistas, como Cartola e Pixinguinha, além de outras que focam questões políticas, sociais e cotidianas, Max se destaca como um compositor que funde vida e arte numa coisa só. Letras como Silêncio No Brooklyn e Mancha Roxa são retratos fiéis da sociedade atual e demonstram uma visão progressista do compositor para os nossos problemas.

A música de Max de Castro ainda não é muito difundida pelo país, sendo restrita a um pequeno grupo de admiradores árduos por sua obra desafiadora, que requer sensibilidade e atenção do ouvinte para uma discografia em constante progresso. De fato, sua música não é radiofônica, o que - curiosamente - é um ponto positivo nos dias de hoje. Não que ela não mereça ser executada no rádio, mas sua arte está totalmente descomprometida com esse padrão radiofônico atual, cheio de clichês e vazio no ponto de vista estético. Mas Max não se preocupa muito com isso, mostrando que está no caminho certo ao arquitetar projetos originais e fora dos padrões. Se no Brasil não é muito conhecido, sua originalidade vem abrindo os olhos de adeptos espalhados pelo mundo. Em 2001, Max estampou a capa de uma edição especial sobre música da revista americana Time, que o listou entre grandes nomes da música mundial. “Max é o talento musical mais original surgido no Brasil nas últimas três décadas”, ratificou a revista.

Ouça o podcast JazzMan! nº 9 e viaje com a música de Max de Castro.

Programa:

01. O Futuro Pertence À Jovem Vanguarda [Instrumental]
02. A História da Morena Nua Que Abalou as Estruturas do Esplendor do Carnaval
03. Samba Raro
04. Afrosamba
05. Balanço das Horas
06. Silêncio No Brooklyn
07. Lá vem o homem que matou o homem (Lanny Gordin & Max de Castro)
08. Candura
09. Pra Você Lembrar
10. Stereo
11. O Nego Do Cabelo Bom
12. Não-identificado (Lanny Gordin & Max de Castro)
13. Iluminismo
14. Mancha Roxa (Marcha Rancho)
15. Onda Diferente
16. Programa
17. Pixinguinha Superstar
18. Acapulco, Daqui a Pouco [Instrumental]
19. Assim é...se lhe parece

http://www.myspace.com/maxdecastro
Last Fm Max de Castro
Time Magazine em referência a Max

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