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quinta-feira, 22 de maio de 2008

Coluna: Jazz e História - As Big bands e o Swing

Caros internautas, desta vez a coluna demorou em sair. Peço desculpas pelo atraso. Tudo provocado pelo acúmulo de atividades pessoais e profissionais. Bem, o importante é que ela está aqui. Desta vez tratando dos anos 30, do swing, das Big bands, da tão saudosa era do rádio. As sugestões de audições são muitas e grande parte dos discos sugeridos pode ser encontrada aqui mesmo no JazzMan. Por esse motivo, este post não trará nenhum disco anexado. Boa leitura!

O Jazz das Big bands e o Swing

Embora as bigbands estejam associadas a uma era ligeiramente posterior, havia várias dessas orquestras tocando durante os anos 20 e o começo dos anos 30. Entre elas, a Fletcher Henderson. Os anos 30 trouxeram a era do swing e o surgimento das bigbands como a música popular do momento. Entre os músicos importantes desta era, estão:

Saxofonista: Lester Young

Trompetista: Roy Eldridge, Harry “Sweets” Edison, Cootie Williams e Charles Shavers

Pianistas: Duke Ellington, Oscar Peterson

Vocalistas: Billie Holiday, Ella Fitzgerald, Dinah Washington

O estilo desses músicos pode ser mais bem resumido dizendo-se que eles se concentravam basicamente em tocar melodicamente, no molejo do swing, e no desenvolvimento da sonoridade individual. O blues foi um elemento importante dessa música.

Diferente dos pequenos grupos de jazz, essas bandas, compostas de 12 a 25 membros, tinham músicas completamente arranjadas e anotadas em partitura. Solos improvisados poderiam ser requeridos pelo arranjador. Era uma forma de jazz doce, romântica e melódica.

Embora o estilo fosse desavergonhadamente comercial, sempre contava com músicos de primeira linha, que trocaram, com a chegada da era do swing, o estilo anterior no qual se enquadravam.

Após o fim dos anos 20, emergiu uma nova forma de jazz, mais “autêntica”, no sentido de que fazia um uso maior da improvisação. Apenas algumas gravações foram feitas e forma nomeadas de “race records”, em alusão ao fato de serem gravações feitas e destinadas ao público afro-americano.

Devido ao grande sucesso das Big Bands, os músicos mais velhos, de gerações anteriores, se sentiram forçados a se adaptar, ou se aposentarem. O próprio mercado, atormentado pela recessão, não aceitava formatos menores de grupos musicais. Não se podia arriscar.

Essa foi a era das transmissões ao vivo de rádio, costa -a- costa dos Estados Unidos. As transmissões eram não só nos estúdios das emissoras, como também diretas de salões de baile.

Em um primeiro momento, as big bands, com pouca ou nenhuma improvisação, roubam a cena. Aos poucos, começando em um movimento restrito – com as race records – e em seguida, por volta de 1935, ganhando a popularidade do mainstream e do público branco vem o swing.

O swing propriamente dito é um estilo caracterizado pela liberdade de improvisação e ausência de cordas (a partir dos anos 40, as cordas retornam ao swing). Seria suplantado no fim dos anos 40 pelos pop standards cantados por vocalistas influenciados pela melodia romântica das bigbands, como Frank Sinatra e Bing Crosby.

O declínio de popularidade do swing coincide com o período da Segunda Guerra Mundial. Com a crise gerada pela guerra, ficava difícil manter bandas com muitos membros porque os músicos, ou pelo menos grande parte deles, estava além-mar lutando. A economia dos tempos de guerra tornara os preços e custos de uma turnê proibitivos.

Outro fato a se considerar é “The 1942 Recording Ban”. Uma greve dos músicos ocorrida nos Estados Unidos por conta de desentendimentos quanto ao pagamento de royalties em cima das gravações. Os músicos se recusavam a fazer o instrumental para acompanhar a voz e, por conta disso, gravações desse período costumavam ser acompanhadas de coros. Para sobreviver durante a greve, inúmeras gravadoras relançavam discos antigos, alguns datando de 1920 (o início das gravações eletrônicas). Para algumas gravadoras, a greve só acabou em 1944, mas a Decca Records entrou em acordo com seus músicos em setembro de 43. A greve foi promovida pela AFM (American Federation of Musicians).

Com o fim da greve, passado mais algum tempo, o swing evolui para novos estilos como o jump blues e o bebop.

Sugestões de audições para entender o período:

Artie Shaw

Benny Goodman

Buddy Rich

Count Basie

Chick Webb

The Dorsey Brothers

Duke Ellington

Earl Hines

Fletcher Henderson

Gene Krupa

Glen Miller

Gloria Parker

Harry James

Louis Prima

Shep Fields








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segunda-feira, 21 de abril de 2008

Coluna: Jazz e História - Dixieland

Links corrigidos!

Chop Suey, 1929, Edward Hopper, Oil on canvas, Collection Barney A. Ebsworth.

Mais uma semana, e algumas novidades muito importante para todos nós, colaboradores e frequentadores do jazzman. Agora somos .com e estamos orgulhosos de ver o nosso querido blog, fonte de informação, cultura e entretenimento, alcançando cada vez mais destaques e visitantes. É prazeroso ver uma comunidade assim ativa. Prazeroso por conta de uma grande característica capaz de sustentar qualquer comunidade: o feedback. É essa retro-alimentação por parte dos internautas - daqueles que apenas baixam discos, dos que assim como eu decidiram colaborar ativamente - é por conta dessa retro-alimentação que nos sentimos motivados a continuar escrevendo, entrando no blog, porque isto nos dá a noção de conhecimento coletivo em expansão. Sim, o nosso conhecimento está se expandindo e está, quase todo ele, disponível nessa página para que você contribua, ou simplesmente faça uso. Sem mais demoras, vamos ao tema dessa semana. Depois de uma introdução sobre origem e nomenclatura básica do jazz, partiremos para o estudo cronólogico de suas eras. O nosso embarque nos levará de volta aos anos 20, na época do Dixieland Jazz, e depois de uma longa jornada, com baldeações semanais, chegaremos no que compõe o jazz dos nossos dias. Boa viagem.

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Os primórdios do Jazz (anos 20 ao começo dos anos 30) Este período tem como figura mais importante o trompetista e vocalista Louis "Satchmo" Daniel Armstrong. O estilo desse período é conhecido como "New Orleans Jazz", ou simplesmente Dixieland. O que caracteriza o estilo é a improvisação coletiva, em que todos os músicos tocam simultaneamente linhas melódicas improvisadas dentro da estrtura harmônica da música. Louis, como cantor, inventa o scat (ou scat singing), em que o vocalista usa sílabas sem sentido para cantar linhas melódicas improvisadas.

Músicos notáveis deste período: Johnny Dods (clarinetista), Sidney Brechet (saxofonista soprano), King Oliver (trompetista) e Kid Ory (trombonista) Outras formas populares desse tempo eram o ragtime, o harlem stride e o boogie-woogie. Apesar serem bastante distintos entre si, os três são caracterizados por linhas rítmicas e percusicas para a mão esquerda e linhas velozes e cheias para mão direita (os três são formas de jazz para piano). Para a compreensão destes estilos, recomenda-se ouvir:

RAGTIME: Scott Joplin e Jelly Roll Morton
HARLEM STRIDE:
Fats Waller, Willie "The Lion" Smith e James P. Johnson
BOOGIE WOOGIE: Albert Ammons e Meade Lux Lewis

Desse período deve-se ouvir também o trablaho de Earl "Fatha" Hines e Art Tatum (considerado por alguns como o precurso do bebop). Para a compreensão desse período, é importante ouvir o trabalho que foi composto pelo Louis Armstrong nesse período.
As gravações, sem muito rebuscamento técnico, já que a tecnologia de captura de sons não permitia tantos truques como hoje em dia, nos confere uma mostra da espontâneidade de Louis como cantor, trompetista e band leader. Os seus trabalhos de estreia, pertecentes aos anos 20, foram gravados junto a dois grupos os Hot Five e os Hot Seven.

Uma excelente e curta biografia de Armstrong, encontra-se no wikipedia.

E por hoje é só. Continuem entrando em contato, sugerindo temas, abordagens, discos. Boa semana a todos.

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sábado, 12 de abril de 2008

Coluna: Jazz e História

Room in New York, 1932, Edward Hopper, oil on canvas, Sheldon Memorial Art Gallery and Sculpture Garden, University of Nebraska.

Apresentação


Saudações, internautas. Meu nome é Gustavo Machado, e é com orgulho que eu me apresento como colaborador de um blog pelo qual eu sempre tive bastante admiração: o Jazzman. Considero-me um entusiasta desta proposta de disponibilizar através da Internet discos e informações sobre o Jazz.

Nunca se foi tão fácil aprender sobre algo. Se eu tivesse nascido vinte anos antes do previsto, eu estaria gastando pequenas fortunas em discos, fuçando sebos e me decepcionando com a falta de material que a minha cidade dispõe sobre o tema. Sem compras pela Internet, sem iniciativas como a do Jazzman, estudar e apreciar o Jazz seria um atividade desencorajadora, principalmente no meu caso que moro afastado dos grandes centros e não teria acesso a fontes de informação de maneira tão ágil como necessitaria.

Em Aracaju, Sergipe, lugar onde resido, não existe lojas de disco. Fica-se, portanto, a mercê das lojas de departamento, onde com muita dificuldade você encontra um disco ou outro de algum crooner famoso, espremido entre um lançamento sertanejo e um sucesso da música baiana. Não há nada de condenável na cultura de massa, ela cumpre o seu papel em um país democrático. O fato é que, evidentemente, quanto menor o lugar, menores as minorias. No Nordeste da terra do samba e do sol, o Jazz sempre será a deliciosa minoria.

Não fosse a Internet, ainda faria minhas aquisições de música de maneira esporádica, em viagens ao Sudeste. O material que você lerá agora é uma compilação de livros, páginas da web em outros idiomas, anotações de filmes e documentários e conversas que eu tive com músicos e apreciadores do gênero. Espero que as informações desta seção possam contribuir com seus estudos, assim como espero poder receber sugestões e contribuições para ampliar também o meu conhecimento sobre o assunto.

Comecei a ouvir Jazz aos quatorze, quinze anos, praticamente por osmose. Acredito que uma paixão leva a outra, e assim aconteceu comigo. O cinema me levou ao som da Ella Fitzgerald, Billie Holiday, do Frank Sinatra. Estes, por sua vez, me levaram ao nome “jazz”, que antes soava como um estado de alfa que nunca seria alcançado pelos meus ouvidos. O vocábulo Jazz – por si só sonoro e misterioso - me levou então a uma grande confusão de sub-gêneros, aos quais, a princípio, eu negava a importância da segmentação, e aos quais, pouco a pouco, fui entendendo como diferentes nuanças de um todo fascinante.

Outra paixão aliou-se ao cinema e ao jazz para contribuir com a tese de que vivemos a saltar de paixões que se conectam diretamente: a História. O gostar pelo registro dos acontecimentos da humanidade me fez ter uma visão diacrônica da música e, por extensão do Jazz. É muito mais fácil e gostoso estudá-lo quando construímos associações com os acontecimentos da nossa civilização. O Jazz está para a história do século XX como uma trilha sonora está para um enredo cinematográfico. Sempre acreditei que a forma mais prazerosa de se ler ou estudar qualquer coisa, consistia em deixar-se levar pela leitura de tal maneira que ela fosse capaz de lhe sugerir imagens, sons, atmosferas, diálogos. Gosto de imaginar os personagens da história em seus gabinetes, piquetes, campos de batalha, bordéis, encruzilhadas, decidindo os rumos de seus povos, assinando tratados, traindo, amando, bebendo. Acrescento um toque pessoal a isso tudo quando adiciono a imagem colorida em minha cabeça uma trilha sonora que a transforme em uma cena emocionante, que poderia ter saído de qualquer filme arrebatador. Para mim, Jazz, Cinema e História são três faces de um mesmo objeto de estudo: a Humanidade.

Metodologia
O nosso estudo seguirá uma linha cronológica. Discutiremos sobre as eras do jazz, falaremos de suas particularidades, sempre que possível sugerindo vídeos, traçando comparações com a história, fazendo audições orientadas. A organização do material se dará quase como uma reprodução das anotações manuscritas que eu fiz ao longo do tempo. Acredito que assim, será possível alcançar um didatismo prático, para que você sai da leitura e parta para ouvir os discos, estimulado pela base fornecida pela leitura, mas sem esquecer que o foco é a sensibilidade que você mesmo desenvolve com a música apreciada. A apreciação artística é como um embate entre o universo que você era antes de apreciar aquela obra e o quanto o seu universo colabora ou é subvertido pela influência do produto artístico. O objetivo das minhas anotações é um só: intermediar este embate.

Introdução ao Jazz
O Jazz é uma manifestação artística musical originária nos Estados Unidos. As raízes desse gênero musical mesclam a harmonia, melodia e os instrumentos brancos com o ritmo, fraseado e a sonoridade africana. Esta manifestação surge no início do século XX, na região de New Orleans.
As características básicas do jazz são a forma sincopada (deslocamento de acentuação rítmica provocada pela execução de uma nota tocada em um tempo fraco que se prolonga até o tempo forte do compasso); polirritmia; improvisação e notas com swing, típico do ragtime.

PEQUENO GLOSSÁRIO
Pretende-se aqui esclarecer termos que serão essenciais para a compreensão de grande parte do material escrito.

Ragtime: é um estilo musical de ritmo sincopado baseado em esquemas de frases que se repetem. Foi bastante expressivo entre os anos de 1900 a 1920. As músicas animavam os saloons, bailes e eram as trilhas sonoras do cinema-mudo. O maior nome do estilo é Scott Joplin, compositor de The Enterteiner, Maple Leaf Rag e Charleston. Outro compositor, Eubie Blake, fez sucesso com o estilo na Broadway. (Existe um filme sobre o assunto, chamado Ragtime, dirigido por Milos Forman. Nunca achei esses filmes na locadora, muito menos para baixar na Internet, caso alguém tenha ou saiba como conseguí-lo, colaborações são bem vindas).

Swing: é a flexibilidade conferida a um ritmo, o balanço dado a uma frase, sem alterar a precisão e preservando o foco da música. É algo intrínseco à interpretação, não se é possível colocar na mais precisa notação de uma partitura.

Especula-se que a palavra “jazz” tenha se originado da palavra jasm, que inicialmente significava ‘energia, entusiasmo’. Em 1860 encontra-se para esse termo o significado de “mulher particularmente apaixonada”. Fala-se também de valor, força, talento, virilidade. Em New Orleans, a palavra foi associada ao ato sexual, ou ao cheiro que saía do corpo do negro durante o ato.

O termo foi usado pela primeira vez para definir música por volta dos anos 10/20 do século XX. A grafia era Jass, e o nome apareceu pela primeira vez na capa de um disco em 1917. O disco pertencia ao grupo Original Dixieland Jass Band. Junto com a brown New Orleans, estes foram as primeiras bandas de jazz de que se tem notícia.

Blues: é um estilo musical originado das canções dos negros afro-americanos, seja estas canções de louvação religiosa, conhecida como spiritual; canções de trabalho, conhecidas como worksongs, além dos cânticos e gritos cantados pelas comunidades de escravos libertos.
O som oriunda do sul dos Estados Unidos, em especial dos estados do Alabama, Mississipi, Louisiana e Georgia, onde os escravos plantavam algodão. Os lamentos, saudades de casa, a tristeza era denominada de blue ou devil blue, daí o nome do gênero musical que canta os lamentos dos negros.A fundamentação da música se baseia em notas tocadas ou cantadas numa freqüência baixa, evitando notas da escala maior e fazendo uso de uma estrutura repetitiva.

Improvisação: é característica fundamental para a natureza do jazz. Enquanto na música clássica, o objetivo elementar do intérprete é executar a composição como ela está escrita, no jazz, o músico interpretará a canção de forma peculiar, nunca executando a canção duas vezes da mesma forma.

Lista dos 10 melhores (segundo o teórico Marc Sabatella)
1 – Louis Armstrong;
2 – Duke Ellington;
3 – Billie Holiday;
4 – Charlie Parker;
5 – Art Blakey
6 – Charles Mingus;
7 – Thelonious Monk;
8 – Miles Davis;
9 – John Coltrane;
10 – Ornette Coleman.


Este é só o começo de um extenso estudo, que serve apenas como um guia para que, a partir dele, você possa se aprofundar naquilo que mais despertou seu interesse. No próximo post começaremos a ver os primórdios do Jazz, durante os anos 20 até o início dos 30), falaremos sobre o Dixieland Jazz e outros estilos contemporâneos. Fiquem à vontade para entrar em contato comigo através do meu e-mail gustavoadolfo@gmail.com, ou através da minha página no Orkut:.


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