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sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Festival Tudo É Jazz 2008

ENTREVISTA EXCLUSIVA - Maria Bragança

Foto: Divulgação

Por Leonardo Alcântara (JazzMan!) e Fernanda Melonio


De volta às Gerais, mas só de passagem... A saxofonista mineira Maria Bragança, hoje radicada na Alemanha, será uma das atrações de hoje do Festival Tudo É Jazz. Ela concedeu uma entrevista exclusiva ao site JazzMan!, onde falou um pouco da carreira e do seu trânsito constante por diversos estilos musicais.


JazzMan!: O que foi que te chamou a atenção na música? Como foi descobrir que queria ser musicista? Fale-nos um pouco do começo de sua carreira.
Maria Bragança: Ah, várias coisas me chamaram a atenção na música: a sensação de poder dividir um prazer, um momento de satisfação plena com o outro, algo como comungar ou ter um orgasmo ou compartilhar uma experiência e poder repassar esta emoção... A música leva a um prazer e também a um questionamento existencial, social, filosófico... Quanto a descobrir que queria ser musicista, na verdade não foi exatamente uma escolha: me escolheram. A música é uma herança dos Braganças, ela fez parte da minha infância em Itabira.

JM: Quais as suas principais influências? Pra você, qual nome representa uma verdadeira escola do saxofone no Brasil?
MB: No Brasil, não existe uma escola especifica de saxofone, e sim uma literatura musical que se chama choro, no qual o saxofone do compositor Pixinguinha, e outros se destacam. O saxofonista brasileiro que considero uma referência é, sem dúvida, Paulo Moura.

JM: Você reside na Alemanha desde 1988. O que a levou a tomar essa decisão? Sua música é mais conhecida lá do que no Brasil?
MB: Tive a oportunidade de fazer o curso de saxofone clássico com grandes mestres como Ian Roth, Arno Bomkamp... Conheci um grande pianista brasileiro chamado Roberto Szidon e fizemos apresentações na Suíça e na Alemanha. Na Europa, já fiz vários concertos, não só de musica clássica como musica brasileira... Acho que talvez ganhe mais destaque por ser estrangeira.

JM: Como você avalia a difusão da música brasileira pelo mundo, especialmente Europa?
MB: De 10 anos para cá tivemos uma grande melhora.

JM: Você sempre se mostrou versátil em seus trabalhos, transitando em vertentes que vão do Erudito ao Popular. Como é transitar em várias linguagens? O que você busca com isso?
MB: Faz parte da minha formação, sou formada em violino. No saxofone gravei Bach, Villa Lobos, Darius Milhauld, acho que faz parte da nossa cultura “multiculti”, e estamos no século XXI... Já fizeram tudo ou não? Com esse trânsito entre as diversas linguagens, busco um caminho, uma expressão, uma linguagem, uma forma de ser... Mas não tenho a intenção e nem a pretensão de ser algo inédito.

JM: Como será o seu show no Festival "Tudo É Jazz", em Ouro Preto? Como conseguirá resumir para o público um repertório tão diversificado como o seu? O que podemos esperar?
MB: Me disseram que é uma mistura bem sucedida... Vá lá pra conferir!


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domingo, 17 de agosto de 2008

Hamilton de Holanda e André Mehmari no Teatro Rival Petrobrás - RJ



Texto: Leonardo Alcântara(JazzMan!) Fotos: Fernanda Melonio

No último dia 14, Hamilton de Holanda e André Mehmari apresentaram o show do projeto “Contínua Amizade” no Teatro Rival. O blog JazzMan esteve lá para conferir a apresentação.

Vencedores do Prêmio Rival BR de Música Instrumental, o bandolinista Hamilton de Holanda e o pianista André Mehmari estiveram nos dias 13 e 14 de agosto no Teatro Rival, no Rio de Janeiro, para receber a homenagem pela premiação e apresentar ao público carioca o projeto "Contínua Amizade", sucesso entre a crítica especializada.

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As treze músicas do show foram um misto de influências que variaram de Pixinguinha, Cartola e Nelson Cavaquinho a composições próprias que refletem suas vidas, com temas muito pessoais que incluem família e a amizade “sempre contínua” entre estes dois grandes artistas da música instrumental.

Ver um show dessa qualidade é se deparar com o que há de mais produtivo no atual cenário musical brasileiro. É surpreendente como os dois instrumentistas são capazes de executar melodias que misturam momentos de pura serenidade, reflexão e intensidade melódica.

A sintonia entre os dois é perfeita, e isso é notório na troca de olhares e nos sorrisos repletos de certeza da qualidade do trabalho desenvolvido. Para Hamilton, "tocar com André é sempre um prazer". André vai além, diz que quando toca com Hamilton "acorda mais disposto". A música "O sonho", que o bandolinista compôs para sua filha Rafaela, representa um pouco disso, já que ele diz que só consegue tocá-la quando está com André.

No final do show, os dois tocaram "Baião Malandro", de Egberto Gismonti: um gênio da música brasileira sendo executado por outros dois numa noite surreal para os amantes de música repleta de sentimento.JM




Agradecimentos a Geraldo Rocha

http://www.hamiltondeholanda.com/site/
http://www.andremehmari.com.br/
http://www.myspace.com/continuaa
http://www.rivalbr.com.br/

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quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Bolachões apaixonados



Por Leonardo Alcântara (JazzMan!)

Ontem, enquanto arrumava os meus "bolachões", me deparei com uma notícia do site G1, escrita por Lígia Nogueira, que comentava sobre o espaço que o Vinil está conquistando na era do MP3. Coincidentemente, durante a noite, minha namorada me presenteou com o LP "Hot House Flowers", uma obra-prima de Wynton Marsalis, que ela comprou com um vendedor especializado em vinis de Jazz, aqui no centro do Rio.

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A minha relação com os vinis começou ainda bem na infância, dentro da minha casa, onde meu pai sempre presenteava a família com obras de Clara Nunes, Jovelina Pérola Negra, Fundo de Quintal e até mesmo Mercedes Sosa. Minha mãe era outra apaixonada por música. Era fácil vê-la com um LP do Caetano ou do Chico na mão, além de adorar os que meu pai comprava. Vivenciar os gostos dos meus pais e navegar em vertentes diferentes, que iam de Jackson do Pandeiro aos Titãs, ou de Clementina de Jesus a Caetano Veloso, ajudou a definir o meu gosto e senso crítico, o que devo em grande parte aos discos de vinil, os quais herdei e preservo com muita dedicação e amor. (Foto: Esperança (1979) - Clara Nunes)

De lá para cá, muita coisa mudou: ganhamos formatos compactos e maneiras diferentes de ouvir, comprar e compartilhar música. Apesar de toda facilidade dos dias atuais, onde você pode baixar uma música na Internet em poucos minutos, parece que a essência de ter um vinil ainda permanece em alguns apreciadores de música. Eu costumo dizer que o ato de limpar, posicionar o disco e direcionar a agulha é algo que envolve muita sensibilidade, além de ser totalmente sensual. Pode ser coisa de colecionador maluco, mas eu acho isso mesmo.

Quem teve a oportunidade de ver o filme "Durval Discos", em que a personagem principal era um vendedor de discos de vinil, se divertiu com as frases nostálgicas e momentos hilários quando o assunto era a comparação do vinil com o cd. "No vinil você pode escolher a faixa no ponto". "O cd é só esse tamanhinho aqui. Mas o vinil é grandão". "Tem o lado A e o lado B, que é muito melhor". Essas eram algumas das frases de Durval, que no filme é uma espécie de resistência ao formato digital. (Foto: Durval, personagem do filme "Durval Discos")

Na vida real, as comparações são inevitáveis. A primeira que muitos fazem do vinil em relação ao CD e o MP3 é sobre o trabalho gráfico. O tamanho do encarte do CD limita um pouco a criatividade dos designers, que na época do vinil produziram capas memoráveis, como as dos álbuns "Milagres do Peixe", de Milton Nascimento e "Clementina e Convidados", de Clementina de Jesus, onde na capa havia uma pegada em auto-relevo. Outra comparação é a qualidade do som. Muitos alegam que o som do CD é muito "digital", o que distancia o ouvinte da sensação de estar diante de uma gravação de estúdio, apesar dos pequenos ruídos, que podem se intensificar caso haja poeira no disco ou agulha gasta. Um artigo da Wikipédia expõe os argumentos dos defensores dos dois formatos. Para os entusiastas do vinil o argumento "é o de que as gravações em meio digital cortam as freqüências sonoras mais altas e baixas, eliminando harmônicos, ecos e batidas graves e 'naturalidade' e espacialidade do som". Os defensores do formato digital questionam: "argumentam que a eliminação do ruído (o grande problema do vinil) foi um grande avanço na fidelidade das gravações".

Comparações à parte, acredito que a música deve ser preservada, independente do formato. Seja em vinil, CD, ou MP3, música é sentimento. Daqui a alguns anos, quando o CD sair do mercado, haverá uns "Durvais" defendendo com unhas e dentes o formato implantado na década de 90 e a discussão não terá fim.

Vinil, CD ou MP3? Eu prefiro a música!


A intenção desse texto foi de convocar todos os colecionadores de discos de vinil que visitam o Blog JazzMan! para participar de uma matéria que quero produzir sobre o assunto. Será bacana que vocês exponham suas raridades, curiosidades e façamos discussões sobre as nossas obras mais significativas. Caso você queira participar, entre em contato por e-mail: leoselm@gmail.com

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sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Outra boa notícia

É verdade que está um pouco atrasada, mas não custa registrar: No post do último dia 22 do blog do Antônio Carlos Miguel, no Globo On Line, nosso Blog foi citado como uma boa notícia. Como chegou até nós? Através da colaboradora Carolina Leipnitz, num “troca-troca de mensagens” coletivo – nas palavras do próprio Antônio Carlos.

É o reconhecimento de que nosso trabalho tem qualidade e está seguindo o caminho certo.

Obrigado a todos e, especialmente, à Carol Leipnitz.




Quem quiser conferir: http://oglobo.globo.com/blogs/antonio/post.asp?t=tres_boas_noticias&cod_Post=115541&a=2

quinta-feira, 31 de julho de 2008

Festival Tudo É Jazz 2008

Anat Cohen - Foto: John Rogers

Por Leonardo Alcântara (JazzMan!)

O estado de Minas Gerais, mais do que nunca, pode ser considerado a capital dos festivais de Jazz no Brasil. O calendário estadual inclui eventos de peso, como Ipatinga Live Jazz Festival e o Jazz Festival Brasil, e receberá em setembro o prestigiado Tudo É Jazz, na cidade de Ouro Preto. Os shows acontecerão nos palcos montados no Parque Metalúrgico (apresentações pagas) e Largo do Rosário (apresentações gratuitas).

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A cada ano, o festival inova e surpreende em seu casting. Em 2007, houve grandes atrações como o saxofonista Joshua Redman e a cantora Madeleine Peyroux. Por essas e outras, o festival é considerado um dos mais importantes do país.

Ouro Preto tem pouco mais de 68 mil habitantes. A apenas 99 quilômetros da capital Belo Horizonte, o município se destaca por sua magnífica arquitetura colonial, sendo reconhecido pela UNESCO em 1980 como Patrimônio Histórico e Cultural da Humanidade.

A programação de 2008 do Festival Tudo É Jazz conta com atrações internacionais como Yaron Herman Trio, Anat Cohen, Christian McBride e Hadouk Trio. Dentre os músicos nacionais, estarão nomes de peso como Hermeto Pascoal, Dudu Lima, Maria Bragança, Milton Nascimento – o artista homenageado da edição 2008 –, entre outros que prometem levar ao público uma imensa variedade de cores e sons, numa celebração em nome da música e da arte em geral.

O Blog JazzMan! vai iniciar uma série de matérias sobre o festival, para que você vá se preparando para um dos eventos mais importantes do nosso calendário de Jazz.

Veja a programação completa e maiores informações no site: http://tudoejazz.com.br/

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Festival Tudo É Jazz 2008

ENTREVISTA EXCLUSIVA - Dudu Lima
Foto: Cézar Fernandes

Por Leonardo Alcântara (JazzMan!)

Definido pelo guitarrista Stanley Jordan como um dos "melhores contrabaixistas do mundo", Dudu Lima é um dos nomes mais importantes da atual cena instrumental brasileira. Seu senso criativo, aliado a um ouvido produtivo, faz com que o músico seja reconhecido e requisitado para tocar nos principais festivais do Brasil e do Mundo.

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Quem esteve no Rio das Ostras Jazz & Blues Festival viu a apresentação marcante de um artista em puro momento de inspiração, revelando um músico que sabe o que está fazendo. Se há uma definição para a sua música – se é que isso seja possível –, me arrisco a dizer que é "colorida" e reflete com competência a alma e a essência de Minas Gerais, um estado conhecido por sua diversidade geográfica, cultural e racial.

Aliás, Minas Gerais, que sempre revelou personalidades ilustres, como Santos Dumont, Carlos Drummond de Andrade e Pelé, que encantaram o mundo exibindo criatividade e genialidade, hoje pode se orgulhar de Dudu Lima, um mineiro de "mão cheia" que faz da sua arte, sua história. Ou seria o contrário?

Dudu Lima concedeu uma entrevista exclusiva ao blog JazzMan!, onde falou do começo da carreira, da parceria com o guitarrista Stanley Jordan e sua participação no Festival Tudo é Jazz.

JazzMan!: Você começou a tocar baixo acústico muito jovem. O que foi que te influenciou a ponto de despertar o desejo de ser músico?

Dudu Lima: Foi um verdadeiro chamado, pois de repente comecei a apreciar o som do contrabaixo nas músicas. Eu tive sorte de ter em casa pessoas que ouviam sons de qualidade, apesar de não tocarem. Um dia estava assistindo a um show e tive a forte sensação que tinha que tocar o contrabaixo. Comecei tocando o elétrico e em seguida já veio o acústico que sempre me atraiu.Tive a sorte de ter ouvido essa voz bem novo e de obedecê-la e é a mesma voz que me convida até hoje!!! Espero que ela nunca pare de me chamar para esse universo tão especial que é a Música!!! Junto com o meu primeiro contrabaixo ganhei uma fita de vídeo com um show do Jaco Pastorius e isso foi decisivo para o minha visão do contrabaixo como um instrumento de possibilidades ilimitadas. Em seguida conheci Eddie Gomez e Ron Carter o que me trouxe a paixão pelo baixo acústico.

JM: Você já formou grandes parcerias com músicos brasileiros e estrangeiros, além de se apresentar em grandes festivais no Brasil e no mundo. Quais momentos mais significativos você destacaria em sua carreira?

DL: Eu destacaria aquele momento inicial que foi o responsável pelo amor pela música e a vontade de tocar. Ele foi o responsável por todos os outros que vieram.

Dentre esses momentos posteriores já na vida profissional eu destacaria a formação do meu primeiro trio, a convivência com grandes músicos em uma casa de Jazz em Juiz de Fora que é minha terra natal; (essa casa se chamava Jazz Club), a gravação de meu primeiro CD solo (Regina), o encontro com os meus parceiros musicais que são tantos que seria injusto citar nomes, além dos encontros musicais com Hermeto Pascoal que gravou no meu CD Nossa História e do trio com Stanley Jordan e Mamão(Azymuth)

JM: O guitarrista Stanley Jordan disse que você "está entre os melhores contrabaixistas do mundo". Como surgiu essa parceria?

DL: Eu comecei a tocar com o Stanley em 2001 no Visa Jazz Festival na cidade de Búzios. Ele veio tocar no festival e queria uma banda brasileira. O produtor Mauro Afonso (produtor musical que atua no Rio) encaminhou meu material para o Stanley e depois veio a notícia de que eu tinha sido escolhido.

Já no primeiro encontro para os ensaios que fizemos em Búzios a energia foi mágica e o som fluiu de uma forma maravilhosa. Assim, vieram as outras tours e hoje já fizemos nesses 7 anos quase 130 shows em altíssimo astral.

O Stanley é uma pessoa maravilhosa além de ser um músico genial e eu fico muito feliz com essa amizade e relação musical que temos. Ele participou do meu último CD e DVD ao vivo e eu e o Mamão participamos de seu novo CD que foi lançado esse ano nos EUA.

JM: Durante seu show no Rio das Ostras Jazz e Blues Festival, reparamos algo em comum com Stanley Jordan: a maneira percutida de tocar baixo, assim como ele faz com a guitarra. Fale-nos um pouco dessa técnica.

DL: Essa técnica é o tapping onde tocamos o instrumento de forma bem percussiva e o Stanley teve o mérito de codificá-la para o jazz de uma forma ímpar. Eu já era pesquisador do uso do tapping no contrabaixo e com esse contato tive a oportunidade de entrar nesse universo do Stanley de perto e isso me influenciou de uma forma muito forte. Aí tive a idéia de também utilizar o tapping no contrabaixo acústico o que gerou uma sonoridade bem interessante. Sem dúvida o uso do tapping gera outras possibilidades a nível de fraseado e de desenhos rítmicos o que enriqueceu muito as sonoridades que exploro.

JM: Você está para lançar o CD/DVD "Ouro de Minas", com composições de Milton Nascimento e João Bosco. Quais as diferenças que você enxerga entre esse novo álbum e os anteriores? Qual a importância desses compositores para sua carreira?

DL: A influência e importância desses compositores é muito grande, pois além do fato de ser mineiro sou fã da música mineira e ela me acompanha desde a infância. Ano passado, quando estava finalizando o CD e DVD 20 anos de pura música ,onde gravei "Clube da Esquina 2", eu percebi a grande quantidade de músicas mineiras que fazem parte do meu repertório de shows e visualizei este novo projeto, o qual batizei de "Ouro de Minas", pois verifiquei que isso era ouro puro e me dediquei a selecionar as músicas para o trabalho.Como tinha várias leituras para músicas do João Bosco resolvi convidá-lo para participar do CD e DVD e o resultado foi maravilhoso. O João Bosco é um músico da pesadíssima e nos brindou com uma participação genial na faixa "O Ronco da Cuíca". Em seguida selecionei músicas de outro gênio que é o Milton Nascimento, além da belíssima "Nascente" de outro grande compositor mineiro que é o Flávio Venturini. Além dessas músicas inclui 2 autorais inéditas e uma parceria minha com o Ricardo Itaborahy que é o pianista do meu trio e um grande parceiro musical.

A diferença desse material para o anterior é o formato que gravamos que foi ao vivo, porém sem público, já que o CD e DVD anterior foi gravado ao vivo e com público. E é claro que o momento diferencia os trabalhos já que a música que fazemos é espontânea e corresponde ao pensamento atual e com todas as idéias e inspiração que o cercam.

JM : Nos últimos anos, tem havido um grande debate a respeito da questão de direitos autorais, principalmente no que tange ao compartilhamento de músicas na internet. Enquanto artista de música instrumental, você acredita que isso ajuda ou atrapalha?

DL: Eu acho que a internet ajuda enquanto veículo de democratização do acesso às obras de todo o universo musical mundial. O que ainda não encontramos é a forma de controle pelos compositores da arrecadação de direitos autorais. Outro problema que percebo é com relação a poesia que representa a capa de um disco(seja vinil ou CD) e todas as informações nela contidas como os músicos que estão tocando e outros detalhes técnicos que são de suma importância para a obra.

No entanto, acho que essa estrada está sendo trilhada e não temos como interromper a caminhada. A solução é encontrar caminhos para não esquecer dos direitos autorais, pois a obra é o bem mais precioso do compositor e também não limitarmos o acesso ás mesmas já que a música é para ser ouvida por todos.

JM: Por fim, vamos falar sobre o Festival Tudo é Jazz. Enquanto músico, o que você acha de termos no Brasil um festival deste porte, que busca dar acesso à boa música, e o que o público pode esperar do seu show?

DL: Eu acho fundamental para o universo da boa música a realização de eventos desse porte em um país tão musical como o nosso. Precisamos difundir a cultura musical ligada à boa música e precisamos conquistar ouvintes e a melhor forma é a realização de festivais onde levamos a música viva literalmente para as pessoas.

É muito importante que cada vez mais esses exemplos de Rio das Ostras e Ouro Preto sejam seguidos como já está acontecendo em alguns locais como Ibitipoca, Ipatinga, Guaramiranga e tantos outros festivais que se realizam pelo país afora. Tomara que a idéia sempre se multiplique.

O público pode esperar um show com muita energia e muita criação que são as marcas registradas do meu trabalho. Para mim é um prazer muito grande participar de um evento como esse e tenho certeza que o pau vai quebrar!!!!!!!!!

Site oficial: http://www.dudulima.com/
MySpace: http://www.myspace.com/dudulima

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