quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Oliver Nelson - Discografia

Oliver Edward Nelson (04 Junho de 1932 St. Louis - 28 de Outubro de 1975, Missouri). Saxofonista, Clarinista, Arranjador e Compositor Americano. O Início de sua vida e carreira, coicide com as viradas do mundo do jazz. Oliver Nelson como é conhecido no meu jazzistico vem de uma família de musicos: o irmão dele também era um saxofonista que tocou com Cootie Williams na década de 1940, e sua irmã cantou e tocou piano em varias banda. Nelson começou seus estudos de piano quando tinha seis e iniciou logo, deixou de lado e atacou o saxofone com onze anos. Desde 1947 ele tocou no "território" em torno de bandas de Saint Louis, antes de aderir à Louis Jordan big band de 1950 a 1951, tocando saxofone alto e organizando os musicos na falta do lider. Após o serviço militar como fuzileiro, retorna ao Missouri para estudar composição e teoria musical em Washington, Lincoln e Universidades, formando em 1958. Após a formatura, Nelson mudou-se para Nova York e tocando com Erskine Hawkins e Wild Bill Davis, e trabalhando como arranjador no Teatro Apollo no Harlem. Chegou a costa oeste com Louie Bellson big band em 1959, e no mesmo ano começou a gravar como líder com pequenos grupos. Entre 1960 e 1961 tocou sax, tenor com Quincy Jones, tanto nos os E.U.A. como em direção a Europa que o descobriu. Após seis álbuns como líder entre os anos 1959 e 1961 para a selo Prestige com a formação classica de músicos como: Kenny Dorham (grande parceiro de datas), Johnny Hammond Smith, Eric Dolphy, Roy Haynes, King Curtis e Jimmy Forrest, Nelson da um grande avanço e grava "A Blues" e "Abstract Truth", para a Impulse com a musica de trabalho "Stolen Moments", hoje considerada uma lenda. Isto fez de seu nome um compositor e arranjador de talento, passando a registar um grande número de álbuns, bem como trabalhos como arranjador para Cannonball Adderley, Sonny Rollins, Eddie Davis, Johnny Hodges, Wes Montgomery, Buddy Rich, Jimmy Smith, Billy Taylor, Stanley Turrentine, Irene Reid, Aníbal Vinhas entre muitos outros. Em 1967, Nelson mudou-se para Los Angeles e viajou com sua big-band para varios paises (Berlim, Montreux), visitando a África Ocidental, com um pequeno grupo. Escreveu varias musicas para a televisão (Ironside, Night Gallery, Columbo, The Six Million Dollar Man (O Homem de Seis Milhões de Dolares), The Bionic Woman (Mulher Bionica), e Longstreet) e filmes: 1969 - Death of a gunfighter - A morte de um pistoleiro, um faroeste para o diretor Alan Smithee e arranjos para Gato Barbieri's em 1972, Last Tango em Paris - Último Tango em Paris, com Marlon Brando em cena. Produziu e arranjou para varias estrelas do pop, como Nancy Wilson, James Brown, The Temptations, e Diana Ross. Oliver Nelson morreu de ataque cardíaco em 28 de Outubro de 1975, com 43 anos de idade sem se deixar levar pela procrastinação. Sua discografia se estende por vários nomes do mundo do jazz e sua criatividade, uma soberba admiração pelos fas que o admira e o chamava carinhosamente de Nelsinho.

Discografia:
1959 - Meet Oliver Nelson
1960 - Takin' Care of Business
1960 - Images
1960 - Screamin' the Blues
1960 - Nocturne
1960 - Soul Battle
1960 - Afro-American Sketches
1961 - Three Dimensions
1961 - The Blues and the Abstract Truth
1961 - Straight Ahead
1961 - Main Stem
1962 - Full Nelson
1962 - Impressions of Phaedra
1964 - Fantabulous
1964 - More Blues and the Abstract Truth Buy
1966 - Oliver Nelson Plays Michelle
1966 - Happenings
1966 - Leonard Feather Presents the Sound of Feeling
1966 - Sound Pieces
1967 - Musical Tribute to JFK: The Kennedy Dream
1967 - live from Los Angeles
1968 - Soulful Brass
1968 - And the Sound of Oliver Nelson
1969 - Black Brown and Beautiful
1970 - Black, Brown and Beautiful
1970 - Berlin Dialogue for Orchestra
1970 - Live in Berlin
1971 - Swiss Suite (Live)
1971 - Zigzag (Original Soundtrack)
1974 - Oily Rags
1975 - Skull Session
1975 - Stolen Moments
1976 - A Dream Deferred
1978 - Soulful Brass #2
1990 - Back Talk
1990 - Meet Oliver Nelson (EP)
1991 - Oliver Nelson, Vol. 2: Three Dimensions
1995 - Verve Jazz Masters 48
2000 - Les Incontournables
2005 - Zigzag/The Supercops (Original Soundtrack)
2006 - The Argo, Verve and Impulse Big Band Studio Sessions

Um fantastico album dessa fase criativa de Oliver é "Alfie" - (Como Conquistar As Mulheres) de 1966, num verdadeiro arranjo para a trilha original do filme adaptado de Bill Naughton na telona. Alfie (Michael Caine) é um charmoso conquistador que vive em Londres. Ele tem várias aventuras amorosas, pois sempre quer mais mulheres na sua "coleção". Ele as usa, pois não tem nenhum tipo de censura e pula de uma cama para outra sem nenhum remorso. Porém Alfie não é tão despreocupado ou indiferente como tenta passar para a audiência, para quem fala diretamente diversas vezes. Tentando ser livre como um pássaro, ele ignora quem realmente o ama e seu filho acaba sendo criado por outro homem. Somente após várias conquistas e vitórias dúbias ele começa a questionar sua vida.
No elenco: Michael Caine (Alfie), Shelley Winters (Ruby), Millicent Martin (Siddie). Julia Foster (Gilda), Jane Asher (Annie) e Shirley Anne Field (Carla).

Faixas:
01 - Alfie's Theme
02 - He's Younger Than You Are
03 - Street Runner With Child
04 - Transition Theme For Minor Blues Or Little Malcolm Loves His Dad
05 - On Impulse
06 - Alfie's Theme Differently

Download Here - Click Aqui
Boa audição - Namastê.
Uma Colaboração do Blog Borboletas de Jade
Chet Baker, John Coltrane, Miles Davis & Jazz de Vanguarda
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quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Richard Bona no "Clube dos Entas"

Era uma vez... uma criança por todos considerada irrascível; que chorava por tudo e por nada, sem razão aparente. Enfim, uma criança de trato difícil.Nasceu e vivia então essa criança, em Minta, uma pequena aldeia do leste dos Camarões. Viu a luz do dia decorria o distante ano de 1967.Contam as pessoas que a conheceram, ainda com trés anos de idade, que aquela criança “chata” só abandonou o hábito de chorar quando um dia ouviu os sons de um instrumento chamado Balafon, dedilhado por um músico da sua aldeia.O pequeno “chorão”, completamente fascinado, já esquecido da mania de chorar por “dá-la aquela palha”, ficava horas a fio a ouvir o artista do balafon. Como que a querer “beber” de uma fonte que, anos mais tarde, o tornaria um dos mais virtuosos viola baixo do mundo.Estou a falar de Richard Bona, que já produziu cerca de meia dúzia de albúns de originais, para além de participações em obras musicais de grandes nomes do jazz, sobretudo europeus e americanos.Acompanhem-nos então nos cinquenta e picos minutos do Clube dos Entas com este que, ainda criança, um jornalista qualificou de um diamante por lapidar.
O destaque vai para o seu albúm "Bona Makes You Sweat", gravação de uma actuação ao vivo nos dias 11 e 12 de julho de 2001, em Budapeste, capital da Hungria.

O "Clube dos Entas" pode ser escutado na Antena Nacional da Rádio Moçambique: FM 92.3 ou em http://www.rm.co.mz/, todas as quintas-feiras (22H05) ou segundas-feiras (02H05)

Moçambique: a sobrevivência da cultura popular


Na minha recente incursão pelo “Moçambique Profundo”, tive a oportunidade de registar em imagens e som as mais variadas e ricas expressões de arte, sobretudo musical, do povo moçambicano.
Numa estrada de terra batida, ligando a cidade de Pemba à belíssima praia de Mecufi, norte do país, cruzei-me com estas duas mulheres/músicas, que, à pé, viajam para uma aldeia vizinha para onde foram convidadas para abrilhantarem um casamento tradicional.
Uma delas é tocadora do instrumento que se vê nas duas imagens e a outra simplesmente canta.
O instrumento chama-se PANKWÉ e é constituído por várias cordas ou fios dedilhados, cujo som é aumentado por uma ou duas caixa de ressonância normalmente feitas de cabaças.
Coloca-se um fio de arame contínuo sobre uma tábua de madeira rectangular, com 6 ou 7 orifícios em cada ponta, por onde entra o fio, de modo a formar 6 ou 7 cordas. Uma das extremidades da tábua penetra numa cabaça ou então, as duas extremidades são colocadas sobre duas cabaças, ficando assim o Pankwé com duas caixas de ressonância.
Para afinar o som das várias cordas, usam-se pequenos pedaços de madeira colocados debaixo de cada uma delas, que o tocador aproxima ou afasta dos orifícios para produzir o som desejado.
Este instrumento está principalmente disseminado entre as populações ajauas e macuas das Províncias de Niassa, Cabo Delgado, Nampula e Zambézia.
O Pankwè é tocado sozinho como forma de entretenimento, sendo normalmente acompanhado pela voz do próprio tocador.

Mart´nália apresenta-se em Maputo

A filha do sambista Martinho da Vila e da cantora Anália Mendonça (o seu nome é uma mistura dos nomes dos pais), vai apresentar-se em Novembro em alguns palcos de Moçambique, com destaque os da sua capital, Maputo.
Tanto quanto sei, ela começou a carreira profissional aos 16 anos, fazendo vocais de apoio para o pai ao lado da irmã, Analimar.
Em meados dos anos 1990, Mart´nália passou a realizar apresentações em bares, pequenas casas nocturnas e teatros do Rio de Janeiro, lançando nesse mesmo ano o seu disco Minha Cara, voltado para o samba-canção.
Em 1994 passou a integrar o grupo Batacotô, com quem lançou o Semba dos Ancestrais.
Caetano Veloso foi o director artístico da sua obra Pé do meu Samba, além de compor a faixa-título, e Maria Bethânia produziu Menino do Rio.
Terá sido a partir destes dois álbuns que Mart'nália passou a atrair maior atenção da mídia e a ter uma agenda de shows mais estabelecida em todo o Brasil, abrindo caminho para digressões pela Europa e África.
A sua última obra, tanto quanto sabe-se aqui em Moçambique é Mart'nália em Berlim ao vivo (2006) CD/DVD.

Maputo: Umoja pela segunda vez

Palco (ainda em montagem) onde vai ocorrer o "Umoja"

Maputo, a capital de Moçambique, vai ser palco de mais uma edição do projecto cultural Umoja, um acto que vai decorrer esta sexta-feira e sábado. Estarão em cena mais de 50 músicos provenientes de vários pontos de África e da Noruega.
O ponto estratégico para o grande espectáculo é a Praça da Independência, situado defronte do oceano índico.
Moçambique está representado neste evento pelas Escolas Nacional de Dança, Música e de Artes Visuais, sendo que o país vai exibir danças tradicionais como Marrabenta, Xingombela, Ngalanga, Zore, Nfena, entre outras tipicamente nacionais.
O conceituado músico Xidiminguana e as bandas Timbila Muzimba e Rock Fellers são algumas das que foram chamadas para abrilhantar a festa. O músico Stewart Sukuma e a sua banda, a jovem Marlene estarão igualmente em palco, à par dos cantores Zico, Anita Macuácua, Trio Fam.
Da África do Sul virão a banda Malaika e o músico General Muzka. Busi Ncube do Zimbabwé, Tewodros Mosisa da Etiópia, Eric wanaina do Kénia, Ray C da Tanzania entre outras figuras de renome musical internacional e da Noruega, fazem parte da nata fina a desfilarem até ao sol raiar na Praça da Independência.
O festival é financiado pelo NORAD e a Embaixada da Noruega, e, segundo Rufus Maculuve, da organização, os preparativos estão a bom ritmo, com os músicos ansiosos e afinando os seus instrumentos musicais para não decepcionarem o público carinhoso que sempre tem sido fiel ao evento, pois neste festival o objectivo é mostrar a diversidade do mosaico cultural em que vários povos se unem num só.
O Projecto Umoja que prima pela cooperação virada para o horizonte, tem sido interessante pelo facto de ao longo dos anos unir os países membros deste preciosa acção através da canção, da dança e outras manifestações artísticas.
No exterior, outros parceiros fazem igualmente parte do Umoja nomeadamente Academia de Show Music da Tanzânia, Associação dos Educadores de música do Zimbabwé, Colégio de música do mesmo país, projecto de artes para jovens e crianças da África do Sul, Colégio Central de Joanesburgo, Academia Norueguesa de Música, Escola de Manutenção de artes da Noruega e Escola de Música e Finalização de artes na Noruega.
Este programa tem como patronos a cantora Miriam Makeba da Africa do Sul, Oliver Mutukuzi do Zimbabwé e o pintor Malangatana de Moçambique.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

TRIO COM ELA

O quarteto de música instrumental TRIO COM ELA se apresenta na próxima segunda, dia 27 de outubro às 22h, no All of Jazz.

O grupo formado na Faculdade de Artes Alcantara Machado em 2005 vem conquistando o público jovem pela musicalidade nas interpretações e irreverência dos arranjos. No repertório além de standard do jazz e da bossa-nova o grupo ainda traz temas próprios, como "Confusão pra Pixinguinha" de Silvio de Campos, "Av. Bossa Nova" de Rafael Ribeiro, entre outras. Integram o grupo Juliana Ripke (piano); Silvio de Campos (guitarra); Rafael Ribeiro (contrabaixo); e Bruno Balan (bateria).

All of Jazz
Rua João Cachoeira, 1366 - Tel (11) 3849 1345
http://www.allofjazz.com.br/
Couver R$10

COMUNIDADE TRIO COM ELA
http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=7044012

sábado, 18 de outubro de 2008

Música de Moçambique: entre a miséria e o sublime

A música moçambicana é bastante rica devido aos diversos instrumentos tradicionais que possue.
Entre muitos, cito apenas alguns exemplos, excluindo naturalmente os vários tambores que, de um modo geral, são universais.
Temos o Pankwe, o xigoviana, citata (este feito com uma cabaça envolta em pele de Jiboia), a Xipalapala.
Devido ao facto de muitos instrumentos musicais modernos serem bastante caros e os músicos serem uns “desgraçados” (nem sequer tem dinheiro para comprar cordas), muitos fabricam as suas próprias violas, utilizando latas e madeira e arame normal, conseguindo mesmo assim produzir sons de encantar o ouvido mais mal educado que existe à face da terra.
Mas o expoente máximo da cultura musical moçambicana está na Marimba. Anualmente, realiza-se um festival dos Marimbeiros de Zavala, onde exímios tocadores da timbila e poetas de ocasião, famosos em todo o mundo, podem ser vistos a cantar e dancar.
Curiosidade: os Marimbeiros de Zavala foram classificados pela Unesco como Património Cultural da Humanidade.
Na foto, um marimbeiro cego, à beira da Estrada Nacional número 1, que liga o sul, o centro e o norte de Moçambique.

A Miss Pemba/2008: a beleza da etnia Macua

Sexta-feira assisti a diversas manifestações culturais que estão a marcar os 50 anos da cidade de Pemba, situada na terceira maior baía do mundo. Uma das trinta que constituem o Clube das mais belas do mundo.
Foi eleita a Miss Pemba/2008. Está entre as que se podem ver nas imagens.
O caricato: se estivesse no júri em nenhuma das concorrentes daria o meu voto, simplesmente porque as verdadeiras misses, essas, encontravam-se entre a assistência. Eram “aningue nices”.

Pemba: a mais bela baia do mundo




A viajem de carro do sul ao norte de Moçambique, ou seja de Maputo à cidade de Pemba, começou no dia 15.
O trajecto percorreu a Estrada Nacional número 1, a chamada espinha dorsal de Moçambique, numa distancia de 2.500 km.
Atravessei savanas, planíces, rios e riachos, parques naturais; tomei contacto com as gentes e seus usos e custumes, num mosaico constituído por cerca de duas dezenas de tribos e etnias; testemunhei as alegrias e tristesas e sonhos dos moçambicanos; senti o pulsar de um país que ainda luta para proporcionar à grande maioria dos seus cidadãos pelo menos uma refeição por dia.
E a cada kilometro percorrido novos Moçambiques ia descobrindo.
Estou em Pemba. É a capital da província de Cabo Delgado. Neste dia 18, Pemba comemora as suas Bodas de Ouro, pois foi a 18 de Outubro de 1958 que o poder colonial português decretou que o vilarejo já tinha estatuto para ser cidade.
Esta cidade está implantada na terceira maior baía do mundo, tendo sido recentemente admitida pela Unesco como membro do Clube das Trinta Mais Bonitas Baías do Mundo.
As festividades das Bodas de Ouro da Cidade/Baía de Pemba começaram no dia 17 e vão atingir o clímax este sábado com várias manifestações cultural.
O turismo é a sua principal fonte de riqueza, visitando a Baía de Pemba milhares e milhares de turistas, maioritariamente europeus, americanos e canadianos (canadenses) e asiáticos. Não se tem memória de turista brasileiro, infelizmente, embora cidadãos do Brasil se encontrem a viver e a trabalhar em várias cidades de Moçambique.
Na imagem acima pode se ver: Mahomed Galibo, Director da Televisão de Moçambique, eu (Edmundo) agachado e António Marques, Director do ATCM (Automóvel Touring Clube de Moçambique) um “doido” pelas incursões automobilísticas pelo país inteiro. A sua proxima avetura fara o trajecto Maputo (Mocambique) e Zamzibar (Tanzania). Falarei de ambos em proximas ocasioes.

Incursão pelo Moçambique profundo

Ninguém pode reclamar ter mais conhecimentos que o outro sobre o seu próprio país.
Um país sempre será um espaço geográfico e temporal que esconde segredos e mistérios, que se vão desvendando num desfiar interminável dos nós de uma corda cuja ponta é inalcançavel.
Quero com isto dizer que o conhecimento completo do meu país, Moçambique, só pode ser encontrado no somatório dos conhecimentos que estão na posse de cada um dos dezoito milhões de moçambicanos, eu incluído. Os outros, os pesquisadores estrangeiros sobretudo, apenas têm informações técnicas, dispersamente sistematizadas.
Para mergulhar no Moçambique profundo nada mais simples do que, de mochila nas costas, gravadores de som e imagem, encetar, de preferência desprogramado, uma viagem do sul ao norte do país.
Estou pois mergulhado nesta aventura: Já palmilhei de carro desde o dia 15, 2.500 kilometros, desde a capital do país, Maputo no sul, encontrando-me agora em Pemba, no no norte.
É claro que foi uma das mais belas das milhentas de aventuras que já empreendi, apenas com a particularidade de esta decorrer num Moçambique que se desenvolve ao ritmo das exigências da chamada globalização.
Nos próximos dias, contem com curiosidades deste “Moçambique moçambicano”.

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

De Moçambique um "maningue nice"

Chamo-me Edmundo Galiza Matos. Moçambicano. Jornalista de profissão há cerca de 30 anos. Sempre no serviço público de radiodifusão de Moçambique: Rádio Moçambique.

Ingressei no jornalismo alguns meses depois da proclamação da independência de Moçambique, em 1975, após o derrube do regime colonial-fascista português, com a chamada “revolução dos cravos”, a 25 de abril de 1974.

Tal como muitos jovens moçambicanos na altura (1975), também fui chamado a substituir os portugueses que então abandonavam Moçambique de regresso a Portugal por não concordarem com a independência do meu país.

Quer dizer: apreendi o ofício de jornalismo – de radiófilo neste caso – na prática, uma vez que não houve tempo para frequentar algum curso.

Com o passar dos anos, e depois de tantos erros cometidos, tanto eu quanto outros jovens, fomos adquirindo experiência na profissão, ouvindo estações de rádio estrangeiras que era possível sintonizar (da África do Sul, sobretudo), o que me permitia o aperfeiçoamento do meu desempenho.

À medida que o país ia tomando as rédeas do seu destino muitos dos jovens jornalistas inexperientes eram enviados para o estrangeiro (sobretudo para os países do bloco comunista mas também para Portugal, Cuba e até Brasil) para se aperfeiçoarem nas várias vertentes do jornalismo radiofónico.

Não estarei errado se disser que hoje os melhores jornalistas que Moçambique possue (em rádio, televisão e imprensa escrita) são todos audidatas, ocupando hoje, muitos deles, cargos de chefia nos diversos orgãos de comunicação social, incluindo os privados.

Neste momento, para além de editar e apresentar jornais radiofónicos, sou produtor e apresentador de um programa essencialmente musical, que achei por bem chamar de “O Clube dos Entas”, destinado a um auditório da faixa dos 40/50/60 anos: daí os “Entas”. Basicamente, o programa fala e passa a música da minha geração: desde o jazz e as suas variantes até ao Blues, Rock, Fusion, a Nova Trova Cubana (Sílvio Rodriguez, Sara Gonzalez, Pablo Milanés, etc), a MPB (Caetano, Chico, MBethânia, Gal Costa, HPascoal, ILins, GVandré, MNascimento, GGil, etc). Detesto Roberto Carlos e toda essa gentalha que está sempre a “choramingar”.

Para uma percepção das minhas inclinações culturais e outras, o meu “wwwclube70.blogspot.com está aí disponível. Refiro que a “cultura” da blogosfera é ainda “criança” em Moçambique, tal como se pode aferir da qualidade do sítio.

Quanto à minha coloboração para o “jazzmanbrasil”, sugiro o envio de toda e qualquer informação sobre a música e outras expressões de arte não só do meu país, como também de África, com principal enfoque para a região da África Austral.

Por isso, meus caros amigos, eis-me aqui, inteiramente à vossa disposição.
O meu endereço é:
Edmundo Galiza Matos: eagmatos@gmail.com
Maputo, Moçambique
Telefone +258 82 427 9 568 (móvel)
+258 21 78 11 11 (casa)
Blog: wwwclube70.blogspot.com (Att: depois dos w´s não colocar o (.) ponto.
Um abraço e até breve

O Encontro do Século

JazzMan! e Joelma

Nanda e eu estávamos passeando no Mangal das Garças quando de repente nos deparamos com a Joelma... isso mesmo, Joelma, a cantora da Banda KY, quer dizer, Calypsooooooooo. ela estava cheia de fãs ao seu redor pedindo autógrafos e o bacana foi que ela se mostra muito simpática ao atender a todas as solicitações. vocÊs podem falar o que for da música dela, que ela não canta nada, que o Chimbinha é péssimo, mas em nenhum momento ela teve um ataque de estrelismo. Como ela já disse em diversas entrevistas, ela tem total conciência do que representa para o povo paraense. agora tentem encontrar com Chico Buarque no Leblon e pedir um autógrafo a ele...

É claro que quando vi aquela mulher, para conquistá-la tive que rebolar, pois na noite anterior a lua me traiu e eu corri atrás de um doce mel. cheguei e gritei: "joelma, saí do rio so para ver o seu show!" (mentira). Ela olhou pra mim, deu aquele sorriso maroto e sensual, e fez questao de me dar um forte abraço. hoje eu posso falar: já dei um cheiro na Joelma!


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Incursão Amazônica: Diário de Bordo II

Jazzman! batendo um dedinho de prosa no Mangal // Foto: Fernanda Melonio

Prezados amigos,

Cá estou de volta com a segunda parte da minha odisséia belenense com a Nanda. Olha, Belém é uma cidade que cansa! Opções não faltam aqui: bons lugares para comer, beber, passear ao léu e se entreter de um modo geral. Sem esquecer do povo de Belém que, apesar de alguns percalços urbanos, está sempre sorridente e hospitaleiro para lhe receber.

Turistão // Foto: Fernanda Melonio

Nestes últimos dias deu para conhecer muitos lugares pelas ruas bacanas e cheias de mangueiras da Grande Belém. Por causa do Círio, as ruas estão todas enfeitadas com imagens e enfeites dedicados a Nossa Senhora de Nazaré. A avenida que leva o nome da Santa – e que faz parte do itinerário da procissão – está lindíssima, parece até que estamos no Natal.

Na última terça-feira fiz um daqueles passeios obrigatórios de Belém: na parte da Cidade Velha, onde fica o marco zero da cidade, a gente se depara com o Complexo Feliz Luzitânia (primeiro nome da cidade), onde é possível ver um pouco da Belém colônia do século XVII / XVIII. Nesse trajeto histórico se destacam o Forte do Presépio, que os portugueses usavam como proteção contra ataques de diversos povos e tribos (sendo que eles mesmos eram os responsáveis pelo massacre destas); o Museu do Encontro, dentro do Forte, que mostra um pouco da história da região amazônica desde a pré-história aos dias de hoje; a exuberante Casa das Onze Janelas; o Museu do Círio, que conta toda a história da festa desde a sua primeira procissão; o Palácio Antônio Lemos, que além de ser sede da prefeitura, abriga o Museu de Arte de Belém; o Palácio Lauro Sodré, que abriga relíquias do tempo em que Belém era conhecida como a Paris N’América; o Museu de Arte Sacra... Vi também a Igreja da Sé (Catedral Metropolitana de Belém), que infelizmente estava fechada para visitação por conta de uma reforma.

Casa das 11 Janelas // Foto: Fernanda Melonio

Forte do Presépio // Foto: Fernanda Melonio

Depois de andarmos muito por lá, demos um pulinho no Mangal das Garças, um parque cheio de opções onde é possível desfrutar de uma bela paisagem, contato direto com os animais e ter acesso ao Farol de Belém para obter uma vista panorâmica da cidade e das águas barrentas da Baía do Guajará. No farol ainda pudemos usufruir do espetáculo mais fascinante de Belém: o pôr do sol, com as suas luzes refletidas na Baía. Lindo!!!

Trapiche do Mangal das Garças visto do Farol de Belém
Foto: Fernanda Melonio

Belém vista do Farol // Foto: Fernanda Melonio

Espetáculo!!! // Foto: Fernanda Melonio

Aves do Mangal // Foto: Fernanda Melonio

Atendendo a indicações dos leitores belenenses do blog (e pedidos da Nanda, que adora o lugar), fui dar uma conferida no charmoso Café da Sol Informática, um point na parte nobre de Belém, onde os clientes podem desfrutar de boa música, comida e ótimo serviço sem pagar muito por isso. Na ocasião, pude tomar um delicioso frozen capuccino e ouvir o pianista Tynnôko Costa transitando em clássicos da música brasileira, como Sábado em Copacabana (Dorival Caymmi) e Café com Pão (João Donato). Super recomendado!!!

Café da Sol // Foto: Fernanda Melonio

Também tive a oportunidade de conhecer o Parque da Residência, onde me acabei nos sorvetes da Cairu num vagãozinho charmoso de maria fumaça que antes fazia a rota Belém – Bragança. De lá, caminhamos até a Yamada, uma rede paraense de magazines e supermercados onde, para meu supremo espanto, encontrei uma iguaria dificílima de achar no Rio de Janeiro: Kaiser Gold, uma cerveja maravilhosa que não tem nada a ver com a Kaiser tradicional. A Gold tem um sabor encorpado e marcante, e uma coloração peculiar. O pessoal do sul já deve estar familiarizado com esta que foi eleita uma das melhores cervejas do Brasil.

Parque da Residência // Foto: Fernanda Melonio

Ontem foi dia de pegar a estrada e visitar alguns pequenos municípios vizinhos a Belém e um distrito da capital. Em Benfica (mais precisamente, em Murinin), a cerca de uma hora de Belém, há diversas casas com sítios, chácaras e fazendas para desfrutar de contato direto com a natureza. Com muito verde e vida pacata de cidade pequena, Murinin é um ótimo refúgio para os belenenses desfrutarem de sombra e água fresca. Também pude conhecer um pouco da cidade de Benevides, da qual Benfica faz parte, que é um lugar de famílias humildes e muito bonito de se ver. Depois demos a maior volta e fomos ao distrito de Icoaraci (a Vila Sorriso), um refúgio praieiro dos belenenses, onde me deparei com lindas peças de artesanato que são vendidas no local e tive o prazer de desfrutar um peixe frito na beira do rio. Mais tarde em Porto do Sol (no bairro do Jurunas), comprei o famoso pirarucu, mais conhecido como o bacalhau brasileiro. Por fim, visitei a UFPA (Universidade Federal do Pará), onde a Nanda se formou em jornalismo. Ufa! Cansou!

Icoaraci // Foto: Skyscrapercity

Hoje eu estou indeciso. Não sei se vou ao show do Calypso, ou ao Auto do Círio. Dúvida Cruel.

Até a próxima.

Nanda e JazzMan! // Foto: Patrícia Neves

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