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quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Estação central dos CFM sétima mais bela do mundo

A estação central dos Caminhos de Ferro de Moçambique, na cidade de Maputo (capital do país), foi escolhida pela prestigiada revista norte-americana “Newsweek” como a sétima mais bela do mundo, num “ranking” que incluiu todas as infra-estruturas do género em todo o mundo, das mais “modestas” às mais famosas.

A pesquisa da “Newsweek” tomou em consideração o traçado arquitectónico e o seu nível de conservação, algo que, no caso da imponente obra, casa a história com o empenho da instituição que a tutela, a empresa Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique, em conservá-la.

A estação ferroviária de Maputo é uma obra secular concebida pelo arquitecto francês Gustave Eiffel, célebre por ser o criador de várias obras no mundo e que têm como traço comum o uso do ferro na sua execução. O seu nome ficou eternizado – e projectado – pela famosa torre parisiense que leva o seu nome.

Em Moçambique, as obras de Gustave Eiffel não se ficam pela estação ferroviário que é também património da cidade de Maputo. Foi o francês que concebeu também a Casa de Ferro, implantada nas proximidades do jardim botânico Tunduru e em que funciona hoje uma direcção do Ministério da Cultura.

A estação central dos Caminhos de Ferro foi inaugurada em março de 1910, dois anos depois do início da sua construção. Contudo, a imponência com que se lhe conhece hoje só se verificaria a partir de 1916.

Hoje, para além de estação ferroviária por onde passam milhares de passageiros e mercadorias de e para Maputo (também para os vizinhos Zimbabwe e Africa do Sul), é também um local de cultura. Nela, vários eventos de carácter cultural e artístico têm sido promovidos, ao mesmo tempo que a empresa que a tutela (CFM) agenda implantar nela um museu ferroviário.

A mais bela estação ferroviária do mundo é, segundo a revista Newsweek”, a londrina de St. Pancras, seguida pela nova-iorquina Grand Central Terminal.

Stewart Sukuma no Festival de Jazz da cidade do Cabo

O compositor e intérprete moçambicano, Stewart Sukuma, vai actuar na próxima edição do Festival Internacional de Jazz da Cidade do Cabo, que anualmente se realiza no último fim de semana de março naquela cidade sul-africana.

Os organizadores do evento, a crer no jornal “Notícias” da capital moçambicana, terão visto em Stewart um músico de grandeza suficiente para tomar parte num evento daquela envergadura, onde também desfilam nomes destacados do jazz internacional – e de ritmos enquadráveis, como os explorados pelo músico moçambicano.

Os produtores do festival do Cabo apreciaram também a performance de Stewart Sukuma durante a primeira edição do Moçambique Jazz Festival, realizado no ano passado na cidade da Matola, arredores da capital moçambicana.

Em 2008, Stewart fez vários espectáculos, na maioria virados para a promoção do seu disco “Nkuvu”, editado em 2007.

Num nível mais particular, 2008 foi fabuloso para Stewart porque foi capaz de concentrar em si toda a popularidade que podia ser dedicada a um só músico. A sua cação “Fesliminha”, do disco “Nkuvu”, destacou-se como a mais preferida dos ouvintes da Rádio Moçambique, que a escolheram para o prêmio Canção Mais Popular do ano no Top Ngoma, a principal parada musical do país.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Música de Moçambique: Amável lança CD "UNI VERSO"

O GUITARRISTA moçambicano Amável Pinto (Amável) lança esta sexta-feira, 12, em concerto, o seu segundo disco de originais, intitulado “Uni Verso”, o mesmo que verso único, palavra única, um mundo único.
O disco é composto por 14 temas e sai três anos depois do seu primeiro que leva o nome de “Meta Mor Fozes”.
O concerto de lançamento do disco “Uni Verso” será às 20:00 horas, no Centro Cultural Universitário da Universidade Eduardo Mondlane, em Maputo. Na manhã de sábado Amável tocará em frente à loja Gringo.
Paito Tcheco trabalhou ao lado de Amável para a produção do disco e tocou bateria, viola baixo e fez percussão. Amável fez todas as guitarras e Nádia teve a participação com guitarra ritmo, para além de o disco contar com um tema seu. Por outro lado, participaram os italianos Giuseppe Millici e Gaeteano, que tocaram harmónica e saxofone, respectivamente.
O disco tem vários temas, entre os quais “Minha Terra”, “Rascunho”, “A Voz”, “Tocar Viola”, “Ventos do Além”, “Then you Came”, “Uni Verso”, “Mamana Elidia”, “Nádia Marrabenta” e “Depois da Dor”.
Actualmente, Amável está a dar aulas de guitarra clássica na Escola de Comunicação e Artes (ECA) na Universidade Eduardo Mondlane. “A guitarra clássica foi o que me faltou quando comecei o meu projecto e me faltou. Já tinha ritmos como Rock e Marrabenta, mas para completar o meu projecto me faltava a guitarra clássica”.
Pinto é formado em Guitarra Clássica pela Universidade da África do Sul (UNISA).

sábado, 18 de outubro de 2008

Música de Moçambique: entre a miséria e o sublime

A música moçambicana é bastante rica devido aos diversos instrumentos tradicionais que possue.
Entre muitos, cito apenas alguns exemplos, excluindo naturalmente os vários tambores que, de um modo geral, são universais.
Temos o Pankwe, o xigoviana, citata (este feito com uma cabaça envolta em pele de Jiboia), a Xipalapala.
Devido ao facto de muitos instrumentos musicais modernos serem bastante caros e os músicos serem uns “desgraçados” (nem sequer tem dinheiro para comprar cordas), muitos fabricam as suas próprias violas, utilizando latas e madeira e arame normal, conseguindo mesmo assim produzir sons de encantar o ouvido mais mal educado que existe à face da terra.
Mas o expoente máximo da cultura musical moçambicana está na Marimba. Anualmente, realiza-se um festival dos Marimbeiros de Zavala, onde exímios tocadores da timbila e poetas de ocasião, famosos em todo o mundo, podem ser vistos a cantar e dancar.
Curiosidade: os Marimbeiros de Zavala foram classificados pela Unesco como Património Cultural da Humanidade.
Na foto, um marimbeiro cego, à beira da Estrada Nacional número 1, que liga o sul, o centro e o norte de Moçambique.

A Miss Pemba/2008: a beleza da etnia Macua

Sexta-feira assisti a diversas manifestações culturais que estão a marcar os 50 anos da cidade de Pemba, situada na terceira maior baía do mundo. Uma das trinta que constituem o Clube das mais belas do mundo.
Foi eleita a Miss Pemba/2008. Está entre as que se podem ver nas imagens.
O caricato: se estivesse no júri em nenhuma das concorrentes daria o meu voto, simplesmente porque as verdadeiras misses, essas, encontravam-se entre a assistência. Eram “aningue nices”.

Pemba: a mais bela baia do mundo




A viajem de carro do sul ao norte de Moçambique, ou seja de Maputo à cidade de Pemba, começou no dia 15.
O trajecto percorreu a Estrada Nacional número 1, a chamada espinha dorsal de Moçambique, numa distancia de 2.500 km.
Atravessei savanas, planíces, rios e riachos, parques naturais; tomei contacto com as gentes e seus usos e custumes, num mosaico constituído por cerca de duas dezenas de tribos e etnias; testemunhei as alegrias e tristesas e sonhos dos moçambicanos; senti o pulsar de um país que ainda luta para proporcionar à grande maioria dos seus cidadãos pelo menos uma refeição por dia.
E a cada kilometro percorrido novos Moçambiques ia descobrindo.
Estou em Pemba. É a capital da província de Cabo Delgado. Neste dia 18, Pemba comemora as suas Bodas de Ouro, pois foi a 18 de Outubro de 1958 que o poder colonial português decretou que o vilarejo já tinha estatuto para ser cidade.
Esta cidade está implantada na terceira maior baía do mundo, tendo sido recentemente admitida pela Unesco como membro do Clube das Trinta Mais Bonitas Baías do Mundo.
As festividades das Bodas de Ouro da Cidade/Baía de Pemba começaram no dia 17 e vão atingir o clímax este sábado com várias manifestações cultural.
O turismo é a sua principal fonte de riqueza, visitando a Baía de Pemba milhares e milhares de turistas, maioritariamente europeus, americanos e canadianos (canadenses) e asiáticos. Não se tem memória de turista brasileiro, infelizmente, embora cidadãos do Brasil se encontrem a viver e a trabalhar em várias cidades de Moçambique.
Na imagem acima pode se ver: Mahomed Galibo, Director da Televisão de Moçambique, eu (Edmundo) agachado e António Marques, Director do ATCM (Automóvel Touring Clube de Moçambique) um “doido” pelas incursões automobilísticas pelo país inteiro. A sua proxima avetura fara o trajecto Maputo (Mocambique) e Zamzibar (Tanzania). Falarei de ambos em proximas ocasioes.

Incursão pelo Moçambique profundo

Ninguém pode reclamar ter mais conhecimentos que o outro sobre o seu próprio país.
Um país sempre será um espaço geográfico e temporal que esconde segredos e mistérios, que se vão desvendando num desfiar interminável dos nós de uma corda cuja ponta é inalcançavel.
Quero com isto dizer que o conhecimento completo do meu país, Moçambique, só pode ser encontrado no somatório dos conhecimentos que estão na posse de cada um dos dezoito milhões de moçambicanos, eu incluído. Os outros, os pesquisadores estrangeiros sobretudo, apenas têm informações técnicas, dispersamente sistematizadas.
Para mergulhar no Moçambique profundo nada mais simples do que, de mochila nas costas, gravadores de som e imagem, encetar, de preferência desprogramado, uma viagem do sul ao norte do país.
Estou pois mergulhado nesta aventura: Já palmilhei de carro desde o dia 15, 2.500 kilometros, desde a capital do país, Maputo no sul, encontrando-me agora em Pemba, no no norte.
É claro que foi uma das mais belas das milhentas de aventuras que já empreendi, apenas com a particularidade de esta decorrer num Moçambique que se desenvolve ao ritmo das exigências da chamada globalização.
Nos próximos dias, contem com curiosidades deste “Moçambique moçambicano”.

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

De Moçambique um "maningue nice"

Chamo-me Edmundo Galiza Matos. Moçambicano. Jornalista de profissão há cerca de 30 anos. Sempre no serviço público de radiodifusão de Moçambique: Rádio Moçambique.

Ingressei no jornalismo alguns meses depois da proclamação da independência de Moçambique, em 1975, após o derrube do regime colonial-fascista português, com a chamada “revolução dos cravos”, a 25 de abril de 1974.

Tal como muitos jovens moçambicanos na altura (1975), também fui chamado a substituir os portugueses que então abandonavam Moçambique de regresso a Portugal por não concordarem com a independência do meu país.

Quer dizer: apreendi o ofício de jornalismo – de radiófilo neste caso – na prática, uma vez que não houve tempo para frequentar algum curso.

Com o passar dos anos, e depois de tantos erros cometidos, tanto eu quanto outros jovens, fomos adquirindo experiência na profissão, ouvindo estações de rádio estrangeiras que era possível sintonizar (da África do Sul, sobretudo), o que me permitia o aperfeiçoamento do meu desempenho.

À medida que o país ia tomando as rédeas do seu destino muitos dos jovens jornalistas inexperientes eram enviados para o estrangeiro (sobretudo para os países do bloco comunista mas também para Portugal, Cuba e até Brasil) para se aperfeiçoarem nas várias vertentes do jornalismo radiofónico.

Não estarei errado se disser que hoje os melhores jornalistas que Moçambique possue (em rádio, televisão e imprensa escrita) são todos audidatas, ocupando hoje, muitos deles, cargos de chefia nos diversos orgãos de comunicação social, incluindo os privados.

Neste momento, para além de editar e apresentar jornais radiofónicos, sou produtor e apresentador de um programa essencialmente musical, que achei por bem chamar de “O Clube dos Entas”, destinado a um auditório da faixa dos 40/50/60 anos: daí os “Entas”. Basicamente, o programa fala e passa a música da minha geração: desde o jazz e as suas variantes até ao Blues, Rock, Fusion, a Nova Trova Cubana (Sílvio Rodriguez, Sara Gonzalez, Pablo Milanés, etc), a MPB (Caetano, Chico, MBethânia, Gal Costa, HPascoal, ILins, GVandré, MNascimento, GGil, etc). Detesto Roberto Carlos e toda essa gentalha que está sempre a “choramingar”.

Para uma percepção das minhas inclinações culturais e outras, o meu “wwwclube70.blogspot.com está aí disponível. Refiro que a “cultura” da blogosfera é ainda “criança” em Moçambique, tal como se pode aferir da qualidade do sítio.

Quanto à minha coloboração para o “jazzmanbrasil”, sugiro o envio de toda e qualquer informação sobre a música e outras expressões de arte não só do meu país, como também de África, com principal enfoque para a região da África Austral.

Por isso, meus caros amigos, eis-me aqui, inteiramente à vossa disposição.
O meu endereço é:
Edmundo Galiza Matos: eagmatos@gmail.com
Maputo, Moçambique
Telefone +258 82 427 9 568 (móvel)
+258 21 78 11 11 (casa)
Blog: wwwclube70.blogspot.com (Att: depois dos w´s não colocar o (.) ponto.
Um abraço e até breve